Como estourar pipocas.
Não! Não estou falando daquela que se coloca no microondas, com “este lado para cima”. Estou falando da boa e velha pipoca, da panela grande, só com um pouquinho de gordura no fundo. Gordura sim e de porco. Daquela onde se derreteu e tirou o toucinho.
Tem maneira certa para fazer a tal pipoca.
Ocasião especial! Hora de estourar pipoca. Vinha meu pai e as crianças atrás. Após o ritual bem medido, lá ia a panela para o fogo. Todos aguardávamos esquentar. Num dado momento tínhamos que recitar:
“Arrebenta pipoca, Maria sororoca.
“Arrebenta pipoca, Maria sororoca.”
Mal recitado, a pipoca não estoura e forma os famosos piruás, de milho não estourado. Pouca ou nenhuma criança, hoje em dia, saberá o que é um piruá. Bem que as de microondas os têm, mas não são notadas. Também, ninguém recita.....
Costumes antigos de ocasião em família, que hoje é substituído por momentos individuais de cada um cuidar de seus divertimentos na frente do computador. Estou aqui também, com minha pipoca de microonda em minha frente, sem muito sentimento de culpa. “Oh!, tempo, oh! costumes”!
Haverá algum pai que hoje, em época de Festas Juninas, leva para casa um maço de estrelinhas para as crianças queimarem na cozinha, com o chão forrado para não fazer muita sujeira? Com recomendações de que só são permitidos esses fogos, porque os outros e os balões são perigosos? Haverá algum pai que fale a seus filhos que arma é só em filme faroeste, porque era no século XIX, e não havia lei contra assassinato?
Bem, o meu era assim.