Força estranha
Quem a visse de longe cutucaria o amigo ao lado com um sorriso sacana e diria baixinho, Olha ali que menina gata! Esse só tinha aquele desejo adolescente de ficar, de beijar, de curtir. Mas quem parasse para conversar com ela ficaria com a expressão daquele quadro de Portinari , “O Grito”. Pasmado, bobo e surpreso.
Ela não era apenas um corpo de formas delicadas e atraentes, sob um rosto lindamente desenhado. Não. Ela tinha um encantamento, uma magia. Uma sedução diferente pairava suas palavras firmes, seus gestos tão decididos, quase matemáticos. Sua voz, seu andar, seu agir e, inexplicavelmente, o seu toque tinham algo que Caetano chamaria de “força estranha”.
Eu não quero ser romanesco, utópico, nem do mundo da lua eu gosto muito. Mas na real, quando a vi pela primeira vez (que vergonha?!), passei a crer em plenitude e acima de tudo passei a acreditar em Alessandra.
22/07/08
(Há muito tempo que escrevi essa crônica. Não corrigi, escrevi como foi concebida, gosto muito dela e achei por bem deixar assim.)