A AGUA NOSSA DE TODO ANO
Não é a toa que todos os anos nos deparamos com tragédias que envolvem enchentes, deslizamentos, e desabamentos.
A única coisa que muda são as datas, às vezes antes do verão, em outros casos logo após.
O resto infelizmente é igual, o mesmo enredo, a mesma historia , o roteiro rigorosamente idêntico, e o final, ah! Esse então, não da outra, o cidadão comum paga a conta, e que conta.
Na verdade não é a chuva que mata, e sim a imprevidência, o descaso com a vida humana, a insensatez daqueles que deveriam cuidar do bem estar de uma cidade, de um estado, de um país.
Já passou da hora de haver um estudo serio ( que saia do papel) sobre o ordenamento das grandes cidades, deve haver uma profunda revisão de como viver nessas lugares cada vez mais cheios de gente, que de um modo ou de outro é empurrada muitas vezes para morar em áreas que um dia as farão encontrar a morte.
Mais uma vez a certeza que fica é que os políticos desse país, não se importam com a dor alheia, não ligam se famílias inteiras se perderam, que mães choram seus filhos, que filhos choram seus pais, que a vida se foi da forma mais estúpida possível. Eles não estão nem ai, que se danem todos nós. Afinal suas contas estão recheadas e seguras em paraísos fiscais, e seus currais eleitorais sempre os elegem para mais um mandato.
A culpa das tragédias é dividida entre a sociedade e aqueles que têm o poder de decidir.
Cabe a nós todos pensar e ter a consciência de que os patifes que ai está foram colocados por nós, e por tanto temos culpa no cartório sim, e não podemos fugir disso.
O maior dos pecados é a omissão, a falta de atitude. De coragem pra mudar o que está errado, a falta de vergonha que tanto nos envergonha.
Até quando estaremos chorando por uma dor que poderia e que pode ser evitada?
Até quando a nossa indignação ficara apenas nas palavras?
Até quando aceitaremos passivamente o ultrajante modo que nos tratam?
Que as águas de Abril, que as dores de março, que as lagrimas de todos os dias, de todos os anos tenham a força de mudar o inicio, o meio e o fim da historia de todos nós, de todo esse povo chamado BRASIL.