A Romaria Dos Mutilados (Ensinamentos Da Escola Do Bolsa-Bufa)

Baticumbum, baticumbum, baticundun. "Ô que vida boa ôlerê, ô que vida boa ôlará, o estandarte do sanatório geral vai passar (bis)..." São reis, rainhas, princesas e príncipes, personalidades históricas reproduzidas através da ilusão das fantasias. Os carros alegóricos em desfile. É a oportunidade do povão se declarar, ele também, suportador dos atributos das personagens caricatas, plagiadas nas caraminholas das “Marquês de Sapucaí”, país afora. Adentro.

Vamos todos sambar e sair interinamente fora do estresse da vida real. Momo reina 365 dias: não tem choro, nem vela nem fita amarela gravada com o nome dela. Não é uma pessoa real que bate as botas, é a realidade mesma, em sua amplitude, esnobada, principalmente pelas secretarias dos bicheiros, pelos garis da sociedade capitalista que durante o ano inteiro catam o lixo fedido das corporações nacionais e multinacionais cromagnon.

É preciso esquecer (ou lembrar?) que o país, enquanto individualidade, inexiste. Sem educação pertinente ao aprendizado do letramento esse país não pode, exceto de má-fé, ser considerado autônomo em nenhuma instância de sua realidade financeira, econômica, política, social. A cultura atual, o ensino nas escolas públicas, é uma cultura e um ensino de fantasia. Criam, ao invés de cidadãos, gente disposta à aceitação passiva de tudo quanto for necessário para transformá-los em marionetes do consumo pelo consumo.

A alegria artificial trazida às torcidas de futebol equivale à alegria contagiosa do paganismo carnavalesco. Todo um país de cabeça feita transformado em galera das chuteiras tradicionais. A festa maior é a das instituições históricas da sociedade, comandadas pelos banqueiros do narcotráfico, e pelos especuladores das instituições financeiras com os juros globalizados.

É preciso que a alienação saia às ruas de salto alto e saias. A sociedade mostre-se como realmente é, e não como, pelos resto do ano, simula ser. A falta de identidade, pessoal e coletiva, flui nas ruas exultantes, ilusão do folião padrão de ser tudo e todos ao mesmo tempo em que é apenas um Zé Ninguém.

A grande dívida do país é a interna, com a educação. O país inadimplente congênito, devedor crônico, como pode ter uma cara séria na realidade dos finalmentes da política e da economia? Se essas gerações que aí estão (e as que em breve estarão) são meros títeres da folia de um carnaval consumista sob comando comunicação e controle dos interesses localizados do senhor Mercado?

Na realidade do dia a dia do pão nosso de cada azia por conta da má digestão das contas a pagar, do mês sempre sobrando muito, depois do salário da aceitação da condição do faz de conta que o país baiano dos trios elétricos carnavalescos, o Recife dos baticubuns dos frevos, a Sapucaí dos desfiles soberbos é a saída para os impasses de uma cultura para um país paleolítico travestido de modernoso.

A festa popular mais espetacular do planeta globalizado pela caceta (ou é casseta?) desfilando sobre os paralelepípedos da velha cidade que essa noite vai se arrepiar. . . O folião, personagem da Corte francesa anterior a 1789 acredita nas simulações políticas do discursivo analfabeto, presidente da escola de samba que tem como porta estandarte a Dilma Lá.

Em tudo e em todas as coisas esse país lembra a cultura da idade média, se tiradas as fantasias dos foliões. Se cair o véu do conto de fadas, ver-se-á a realidade de que o ensino atual nas escolas de ensino fundamental, médio, nas academias de ensino dito superior. Os docentes estão tensionados no sentido de, com seus salários, apenas contribuirem na mumificação fundamentalista das mentalidades, na sustentação de paradigmas que fazem dos estudantes e discentes pasto fácil para o Lobo Mau Mercado. A satisfação de suas necessidades conduz à manutenção do estado falimentar em que há muito se encontra o ensino e a educação. Como Nunca Se Viu Neste País.

Enquanto o presidente analfabeto abusa do discurso evasivo, para agradar as facções partidárias e manter as classes populares (das quais é proveniente) na rédea curta da demagogia política mais elementar, “como nunca se vil neste país” (vide o Bolsa-Bufa), Chapéuzinho vai para a escola beber sofregamente o sangue aguado da vovó e comer sua carne enrugada na merenda escolar, como se fosse tudo o que a geração anterior tem para oferecer.

Nesse mundo de vale-tudo para obter a grana do consumo, todos são estranhos entre si e inimigos a vencer. A educação indica o caminho que o francês Charles Perrault, no século XVII, estabeleceu para a criação de um novo gênero literário, o conto de fadas: após o banquete antropofágico, a moral da história: “As crianças não devem falar com estranhos para não virar comida de lobo”.

As crianças, “como nunca se vil neste país”, são jogadas na arena enquanto comida para o pasto dos lobos. A sexualidade precoce começa em casa com um pai pedófilo e uma mãe conivente. Com uma religião cujo pontífice era cúmplice de padres, e autoridades outras do clero. Pedófilas.

A moral da história era sangrenta. Após o Lobo Mau jantar a mocinha na pele da vovó ou vice-versa, a vovó na pele da mocinha, as crianças eram instadas a manter o silêncio e o status familiar de uma sexualidade incestuosa entre paredes. Na história original o Lobão, fingindo ser a vovó, oferecia a carne e o sangue da vítima como se fosse vinho e manjar para a netinha, que comia e bebia lambendo os beiços.

Após a prática do canibalismo, Chapeuzinho era motivada pelo Lobo a tirar a roupa, peça por peça. Sugestionada pelo Lobão, ela perguntava o que fazer. Após o strip-tease de cada modelito do vestuário, ela perguntava o que fazer. O Lobo logo respondia:

Jogue no fogo, minha criança, você não vai mais precisar disso. E Chapeuzinho continuava tirando a roupa, ao estilo de qualquer stripper de filme pornô. A educação nas escolas públicas do ensino fundamental, médio (e dito superior) afirma esse currículum vitae para a grande maioria das estudantes das redes públicas de ensino: as alcatéias, quadrilhas de malfeitores do capitalismo selvagem possuem nelas, aprendizes do tirar a roupa, a matéria prima para as boates pornôs país adentro, país afora.

Para a sedução infantil e juvenil são educadas nas escolas do ensino público, “como nunca se vil neste país”. E o presidente analfabeto contando louros sobre os progresso educacionais do Bolsa-Bufa. Que servem apenas para suas estratégias políticas de reeleição via Dilma Lá. As escolas do presidente analfabeto as prepara para serem seduzidas pelas quadrilhas da companhia dos Lobos. O Bolsa-Bufa prepara-as para serem presas fáceis para o Mercado de prostituição infanto-juvenil.

Chapeuzinho, na versão de Perrault, escrita a partir da tradição verbal das comunidades da idade média alta, aprendia a apreciar a nudez do Lobo Mau, extasiando-se: “Como você é peluda, vovó”.

— Que ombros largos você possui.

— Que bocão enorme...

Os irmãos Grimm, no século XIX, faziam a compilação de contos do inventário oral da tradição medieval. De forma a torná-los menos contundentes para a leitura infantil das novas gerações, eles reescreveram também o final da história em pauta. Nela, nova versão, aparece a figura do caçador que salva a pele de Chapeuzinho e da vovó, após abrir a barriga do Lobão.

Há quem acredite, ingenuamente, que o presidente analfabeto está bem intencionado (o inferno está saindo pelo ladrão de boas intenções) ao promover o cadastramento (Bolsa Família Informa N° 75) das famílias no dito programa. Pode parecer exagero ou recurso literário para indução de leitores curiosos de novidades. Mas não é. A realidade é esta mesma, “como nunca se vil antes neste país”:

Exemplos são centenas, centenas de milhares. Querem um, emblemático? Ei-lo:

Um vídeo foi postado no site Youtube em 10 de outubro de 2009. Ele mostra uma garota fazendo strip-tease, tirando a roupa, peça por peça, conforme a Chapeuzinho da tradição oral da idade média alta, insinuando-se sedutoramente para seus colegas de turma. Ela é aluna de um grupo escolar em Coelho Neto no Maranhão. Maranhão, terra sob comando, comunicação e controle da oligarquia gerida por José Romão Sarney.

Oligarquia maranhense protegida pelo presidente analfabeto que, graças à intervenção pessoal dele, presidente analfabeto, manteve-se na função de presidente da Casa Grande Senado o dito José Romão Sarney. A garota, menor de idade, tira a calça, a camiseta, o soutien, e continua dançando apenas de calcinha. Certamente ela já estava sendo sexualmente explorada pelos lobos maus do lugar. Afinal, não é para isso que os paradigmas da educação atual servem?

As atuais escolas servem para ensinar os caminhos da sobrevivência através da prostituição precoce. Do uso e abuso de drogas, as aceitas e as proibidas. Que futuro terão essas gerações de alienados pela necessidade de suprir o senhor Mercado de matéria-prima para manter o ritmo carniceiro da degradação precoce, física e mental, desses alunos do ensino público?

Com a palavra o Ministro da Educação do desgoverno do ex-presidente Analfabeto.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 12/04/2010
Reeditado em 27/01/2012
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