Filosofia: Pra que?!

Sou Filósofo. Considero-me assim, apesar de meus pares se considerarem mais professores de filosofia do que filósofos propriamente. Embora tenha estudado Licenciatura em Filosofia e pós-graduado em Ensino de Filosofia, ainda assim, me considero um filósofo. Durante minha vida toda estudei as áreas de: Comunicação Social, Publicidade e Propaganda e Administração de empresas. Depois de muito tempo atuando nessas áreas, resolvi estudar filosofia. Hoje, aos 52 anos, me considero um filósofo. Na verdade um aprendiz de filósofo.

Quando alguém pergunta “Qual sua profissão?” eu sempre respondo: Filósofo. As pessoas me olham de forma desconfiada, porém aceitam a informação. Seja no consultório médico, no preenchimento de qualquer ficha burocrática, em qualquer lugar que vou, sempre falo que sou um filósofo e deixo as mentes pensarem.

Na verdade, e deixando a brincadeira de lado, a filosofia entrou na minha vida para ficar definitivamente. Se soubesse o quão agradável é o estudo da filosofia não teria feito os cursos que fiz anteriormente. Aprendi e aprendo todos os dias com os textos clássicos da filosofia e sua relevância no dia-a-dia contemporâneo. Só de pensar que a base das definições da estrutura da essência e existência do ser humano foram indagadas há mais de 2.000 anos e até hoje estão aí, é um achado e tanto.

Quando encontro alguém que quer discutir um pouco de filosofia, na maioria das vezes a associa a religião e coisas místicas. É engraçado que as perguntas são basicamente assim: “Como você vê o espiritismo?”; “Por que as pessoas não entendem Deus?”; “Qual religião você segue?” e assim por diante. A sensação que fico é que a filosofia para a maioria do seres humanos está ligada a algo místico.

Na verdade, a filosofia é um carinho generoso pelo saber e conhecimento. Não há nada de místico na filosofia e nas matérias que fazem parte desse saber: Lógica, Epistemologia, Educação, História da Filosofia, Ética, Psicologia, Estética, Metafísica, entre outras.

A filosofia em si nos leva a sair o pensamento do senso comum e navegar no pensamento do senso crítico de forma reflexiva e intensa. Essa reflexão, como efeito, leva o ser humano a alcançar uma autonomia tirando-o da alienação na qual os sistemas humanos estão baseados e fundados.

Com uma postura mais crítica e não alienada, o ser humano poderá construir uma vida mais autêntica e independente, buscando para si e seu entorno a razão de pertencer e de viver. Dessa postura e do exercício vigilante dela, nascerá um significado de estar aqui nesse minúsculo planeta chamado: Terra.

Xiko Acis

Filósofo & Consultor

www.xikoacis.com.br

Outono/2010.