A festa do paletó de madeira - Crônicas curtas
A festa, estava marcada para às dez e meia. Bebida e comida à vontade. Só o Léo, tinha convidado umas dez amigas, era sexta-feira, dia de pagamento, para uns mais famintos a festa seria apenas um aperitivo. Ensaiaram até um grito de chegada, com direito aquelas buzinas ensurdecedoras, que se compra nas barracas de camelô. O Souza, todo animado, disse que seis da manhã seria cedo para chegar em casa. Já para os "mais" comprometidos, a desculpa seria que o Barra entrara em depressão novamente, e precisava de amigos por perto. A regra entre eles era clara: em festa, não se leva sanduíche de casa.
Alugaram uma kombi, chegariam na maior zoeira. Passariam pelo bar do Beto, terceira casa à direita, ou seria a quarta? Dúvida essa, que se esclarecera depois de terem avistado uma casa com um movimento considerável de carros e pessoas, dignos de uma festa. Desceram do carro e decidiram entrar em bloco, usando toda parafernalha adquirida no dia anterior, sem contar a mulherada quase nua. E com o grito de guerra preso na garganta, foram se adentrando...
- Comida, bebida e muito sexoooooooooooo....!
A cena a seguir foi a seguinte: pessoas atônitas, perplexas, imóveis, algumas ainda estavam em prantos, pois ali se realizava um velório. A festa era na casa seguinte.