CUIDEM-SE, CESPE E CESGRANRIO!
Recentemente escrevi uma crônica intitulada “A Macaholic” em que eu expunha minha idéia “empreendedora” de vender macarrão com molhos “maravilhosos” + refrigerante + fotografia... Tudo em minha calçada... Um negócio da China! Rs,rs,rs,rs...
Mudei de ideia depois que eu li o jornal capixaba, A Gazeta, de 06 de abril de 2010, sobretudo a matéria exposta em sua página 13: VEJA A RELAÇÃO DE CANDIDATOS POR VAGAS NOS MELHORES CONCURSOS.
Nela o leitor fica sabendo que para as 500 vagas oferecidas no concurso do Banco Central, 55.251 seres se inscreveram, ocasionando uma relação de 157,86 (fico tentando entender o que poderá ser 1/86 de uma pessoa... Será alguém sem as canelas e os pés ou será sem a cabeça e o pescoço? Deixa prá lá...) candidatos por vaga. Da mesma forma, no concurso da Petrobrás I, 246.929 interessados se inscreveram para as 819 vagas oferecidas, e outras 88.591 pessoas disputaram as outras 502 vagas ofertadas no Petrobrás II; em ambos os concursos, as relações candidatos/vagas chegaram a 301 e 176,47 (olha fração de novo!), respectivamente. Isso significa dizer, que ninguém passou nesses concursos sem ter eliminado, no mínimo, 156,86 pessoas, certo?
A referida matéria ainda informa dados semelhantes em relação aos concursos da Advocacia Geral da União (24.117 candidatos), Correios (1.064 interessados), Sedu (127.936 sonhadores com vários cargos públicos), Defensoria Pública da União (11.993 aspiradores ao cargo de “Quase Deus”), Ministério do Desenvolvimento (1.002 inscritos) e Ministério do Trabalho (54.861 enjoados de ficar à toa, talvez).
Normalmente os governos ou empresas interessadas em realizar concursos contratam instituições para elaborarem e aplicarem as provas. Entre as mais famosas estão a Cespe-UNB e a Cesgranrio, cujas competências não se discutem, absolutamente.
Ignoro se os contratantes têm de pagar alguma coisa às contratadas, mas sei que cada candidato deve fazê-lo e que as inscrições mais pobrezinhas custam, em média, R$27,00 e as mais caras chegam a R$120,00... Bem, caso o sujeito seja aprovado, o investimento pode até ser justo, mas deve dar uma dor danada ficar entre os 156,86, não é não?
Outra coisa importante a ressaltar é o pessoal “inocente” que se inscreve em exames que visam à formação de “cadastro de reserva”. O que é isso? Ora, é uma modalidade em que só Deus pode determinar quando o candidato será convocado para assumir a vaga. Isso é, se a validade do concurso não expirar antes, claro.
Pensando nisso tudo, resolvi pesquisar a quantidade de exames que são realizados pelos dois maiores realizadores de concursos públicos do Brasil e descobri que apenas o Cespe, ao longo de sua história, já realizou 161 concursos e está com 09 em andamento. Já o Cesgranrio tem em seu portfolio a realização de 48 concursos, está com 23 em andamento e conta com outros 10 em aberto.
Mesmo que essas instituições tenham muitas despesas, remunerando os elaboradores de questões, os aplicadores, os fiscais de corredores, os profissionais de gráfica e aqueles que pensam e executam a logística; não é preciso ser matemático e nem muito inteligente para inferir que a elaboração e aplicação de concursos públicos é um negócio muuuuuito mais rentável do que vender macarrão na calçada
Então, considerando meu currículo e minha experiência de 34 elaborando boas questões de provas; eu suspendo aquela idéia de jerico que eu tive há pouco tempo e anuncio meu novo negócio: Instituto Nang (Norma Astréa nunes Grünewald).
Já pensei até no slogan: “Chega de escolher letras “Cs*”. Opte por “N**, a alternativa CORRETA para realização do seu concurso público”.
*Cespe e Cesgranrio.
** Nang