SUA EXCELÊNCIA, O CANDIDATO

Mal começou a propaganda eleitoral no rádio e na tv e já somos bombardeados com uma verdadeira overdose de promessas descabidas feitas por certos candidatos e candidatas que não têm o menor constrangimento ao tentar subestimar a inteligência do eleitor na busca desenfreada prelo precioso voto. E olha que só estamos no começo da campanha.

Pelo que vimos e ouvimos até agora, os candidatos que mais cometem desrespeito para com o eleitor, pelo menos aqui no Tocantins, são aqueles que pleiteiam uma vaga à Assembléia Legislativa.

Muitos prometem coisas que são de iniciativa do Poder Executivo. Prometem que se eleitos vão “construir” esta ou aquela obra, se esquecendo que a função do Poder Legislativo é de legislar, fiscalizar os atos do Poder Executivo. Não me consta que a Assembléia Legislativa têm verbas para a execução de obras.

Se os políticos estreantes cometem essa heresia, os veteranos, candidatos à reeleição, também não ficam atrás.

A cara-de-pau de certos candidatos e candidatas é tamanha que deixa qualquer eleitor consciente indignado. Outro dia assisti no programa eleitoral na TV, um deputado estadual, candidato a reeleição, enumerar as “obras” que ele supostamente teria feito.

Outro candidato chegou ao cúmulo de dizer que se eleito iria trabalhar para diminuir o valor do IPTU, um imposto sabidamente da esfera municipal, mostrando despreparo e desconhecimento da função parlamentar a que se candidatou.

Outro fato curioso que percebi é que será necessário a realização de exame de DNA para saber realmente qual o deputado, candidato à reeleição é o autor de certas proposituras que levaram benefícios para uma determinadas localidades.

No primeiro programa que assisti, pelo nove desses candidatos à reeleição, se disseram autores dos mesmos benefícios. Quem estará falando a verdade? Só mesmo um exame minucioso de DNA para se saber a paternidade ou maternidade de tal proeza.

Por oportuno, ouso dizer que a propaganda eleitoral gratuita é um mal necessário. Se por um lado, ao assisti-la ou ouvi-la pode provocar náuseas ao eleitor mais inteligente e atento, por outro lado, não deixa de ser uma grande vitrine, onde os candidatos podem expor suas idéias, projetos e programas de governo ou podem simplesmente romper a barreira do ridículo.

Zacarias Martins
Enviado por Zacarias Martins em 17/08/2006
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