E por falar em tristeza...

Não gosto de falar ou escrever a respeito de catástrofes e tristezas, mas o que fazer se o ano começa nos pisoteando por ondas enormes de calamidade por todo o mundo?

Nem bem nos recuperamos da tragédia do Haiti, dos deslizamentos de dezembro no Rio de Janeiro e do terremoto no Chile, a cidade maravilhosa volta para trás e se vê novamente em deslizamentos.

É a maior chuva nos últimos quarenta anos segundo comentários.

Esse ano está batendo recorde nas tragédias. Consegue ser maior em quase tudo.

A terra geme e estremece, revirando moradias e deixando destroços e caos.

As nuvens se agigantam e transbordam rios. Águas devoram casas, abrem sulcos, enormes crateras. Os morros se transformam em terra e lama e sepultam vivos seus moradores.

Não quero ouvir sobre frente fria, corrente marítima, ou seja, lá o que for!

Mas gostaria de explicações sérias que me convencesse que pessoas ocupam áreas de riscos por vontade própria e não pela ineficiência e descaso das autoridades políticas e governamentais.

Gostaria de poder entender porque somente descobrem que uma área não deveria nunca ter sido habitada depois de centenas de pessoas ficarem desabrigadas e outras dezenas perderem suas vidas ainda no início.

É compreensível que aparentemente não temos culpa da fúria da natureza. Aparentemente.

Todavia, não existe explicação para a ocorrência de calamidades que poderiam ser evitadas.

Pesa meu coração e a minha tristeza compartilha a dor dos meus irmãos do Rio de Janeiro.

Perder a casa e tudo que construiu durante vários anos é duro.

Perder parte da família ou toda a família é cruel e doloroso demais.

Casa se reconstrói, bem como toda a mobília nela existente.

Vidas não são reconstruídas.

Gostaria no fundo de minha alma de não ter que ver na tela da televisão pessoas gritando e chorando desesperadas pela perda da família e de amigos, sabendo que aquela cena poderia ter sido evitada.

Gostaria de mais respeito e que dessem o devido valor às vidas humanas.

E por falar em tristeza, isso não tem explicação.