A política que nos rouba

Seo Orlando Padilha acabou de invadir uma área de risco na capital e plantou lá há uns três meses um bangalô de tijolos, construçãozinha arrumada, tanto que ninguém questionou, até chegarem os fiscais do governo olhando de esguelha.

Seo Padilha foi ao prefeito pedir arrego e ele não só o tranqüilizou como indiretamente deu guarida à insinuação de que, se mais gente quisesse, abancasse barracos na vizinhança. O aval fez de Seo Padilha o homem mais feliz do mundo. Soltou foguete e, na eleição seguinte, votou para o governante ser reeleito. Ele e os vizinhos que também invadiram aquela área de risco. E, acreditem, muitos outros dali de perto receberam 20 reais por voto.

Seo Orlando Scarpin arrotava aos quatro cantos que vendia o voto e já botou a leilão seu sufrágio para as eleições de 3 de outubro próximo sem pedir segredo. A argumentação dele era a de que quem tinha alguma coisa a perder era quem comprava o voto e tonitruava: “Num tá vendo o Arruda? Não viram o Roriz? Não se lembram do Marcelo Miranda, do Jackson Lago e do Cássio Cunha Lima?” Fosse olhar por esse lado, ele tinha razão, porque até agora ninguém viu umzinho eleitor sequer ser punido por vender voto. E tem muita gente vendendo, olha que tem!

O empresário Sério Sorante financiou, com Caixa 2, e Caixa 1 também, a campanha dos dois principais candidatos à prefeitura e passeou serelepe entre os correligionários de ambos. Era o cara, para ambos os candidatos. Depois da eleição, pegou muita obra para fazer e só na licitação já faturava os tubos. Arrumou a vida de muitos aliados do governo e sabia que seria muito requisitado nas campanhas seguintes. Todo o meio político dizia que ele não era bobo não.

Já o empresário Sênior Vilanova usou outra tática para ficar influente. Gravou a entrega de propina de “Caixa 2” para o candidato que teria mais chances de vencer a eleição do ano passado. Passada a disputa, começou a chantagear o prefeito, insinuando que tinha gravações comprometedoras. Até a fase das insinuações, tudo bem. Mas quando ele mandou uma cópia do DVD, o prefeito aquiesceu e entrou na jogada, não sem antes arrumar um jeito de dividir a propina.

Esses são exemplos que me mostraram o quanto esse modelo de política atual está doente, porque corrompido e viciado. Seo Orlando Padilha perdeu a casa na última enchente. Ainda está alojado, com a família na Escola Municipal, até sair a casa do conjunto habitacional que o prefeito está construindo. Seo Orlando Scarpin está desmoralizado pelos políticos, porque sempre vendeu o voto. Na próxima eleição venderá de novo. É o único momento em que é ‘valorizado’.

O empresário Sério Sorante continua a todo vapor, é requisitadíssimo para as campanhas eleitorais e até uma vaga de candidato ofereceram para ele. Sênior Vilanova ganha também muito dinheiro do governo e guarda a sete chaves o original do DVD, anunciando à boca miúda que vivo ele garante a governabilidade, mas morto o governo vai com ele pro buraco.

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Abro um parentese para homenagear o mais digno poeta e escritor correntinense, o jornalista Hélverton Baiano, em seu CINQUENTENÁRIO ocorrido em março de 2010.

Era simplesmente Valnir de Vecinho, como todo mundo do lugar, que quase sempre é de alguém; mas um dia ele mudou sua graça, tamanho o amor barrista do conterrâneo. Fez questão de, em terras goianas, ser conhecido como Helverton Baiano. Formou-se em jornalismo pela Universidade Federal de Goiás e em 1986 seu trabalho toma um impulso de popularidade; várias publicações e premiações em eventos culturais no Estado e a conquista de leitores assíduo em sua coluna de crônica, no principal jornal da capital. Hélverton tornou-se goiano por adoção, mas permance baiano, correntinense de coração. Na calada, sou eu um admirador do bom conterrâneo. Parabéns Hélverton Valnir de Vesinho e de Tia Zena e de todos nós.

PARABÉNS AMIGO, FELICIDADES E MUITOS ANOS DE VIDA
Helverton Baiano
Enviado por Flamarion Costa em 08/04/2010
Reeditado em 22/02/2013
Código do texto: T2185800
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