A MÃE DO LIXO
Diretamente responsável por todos os benefícios e malefícios que ocorrem diariamente com a sociedade, a política é a raiz de tudo. O ser humano pode também ser definido como um ser político e pela origem da palavra, como habitante e consequencia da cidade. Nesta visão (lato senso) POLI engloba qualquer ajuntamento humano, seja fixo ou errante, desde que haja a mínima organização e hierarquia.
O progresso, entendido como melhoria ou facilidades para a vida nas cidades, é uma via de mão dupla, gera ao mesmo tempo direitos e deveres. Ocorre que os deveres, geralmente são onerosos e o sistema em que vivemos, onde a maximização do lucro é priorizada em detrimento de qualquer outro aspecto, por mais privilegiado que seja, faz com que a segurança e o bem estar da sociedade como um todo, indivisível que é, seja negligenciado.
Até os anos 50 do sec. XX, a produção de lixo orgânico representava quase a totalidade do que se coletava e os incineradores davam conta do recado. Não existiam as sacolas “one way” que os supermercados atuais são campeoníssimos na farta e irresponsável distribuição dessas substitutas das sacolas de pano ou de nylon. Os caixotes de madeira, depois os depósitos fabricados a partir de pneus velhos ou tambores de metal (principalmente usados por condomínios) foram substituídos pelas sacolas plásticas cuja degradação total ocorre 500 anos após seu descarte na natureza. (se as caravelas de Cabral tivessem trazido sacolas plásticas, somente agora elas estariam totalmente degradadas). Claro que hoje é impensável os apartamentos das grandes cidades com caixotes de madeira à porta, assim como não podemos dispensar os produtos encartelados, com plástico de alta densidade para garantir a integridade de azeitonas, frios fatiados etc.
É aí que entra a política. Se houvesse a conscientização de toda população para o exercício da reciclagem, os danos ao meio ambiente seriam infinitamente menores do que estamos assistindo. O simples ato de jogar o papel de bala em qualquer lugar, principalmente calçadas das ruas, é determinante para as enchentes e alagamentos na ocorrência de chuvas por menores que sejam seus índices pluviométricos. A educação doméstica, origem da cidadania, com o desmantelamento das famílias já não é mais passada para os jovens que serão os detentores do poder daqui a alguns dias. As escolas perderam a função. Os currículos básico, médio e superior, estão divorciados da realidade, somos hoje e continuaremos sendo por muito tempo ainda, consumidores de tecnologias, importadores de produtos básicos (importamos 80% do trigo que consumimos) e exportadores de matérias primas (minérios e grãos “in natura”). E tudo isso ocorre porque a política, que é a raiz de tudo, transformou-se numa “Corrida Maluca”* onde os detentores de mandatos são cópias fies do vilão “Kid Vigarista”** e a população, tal e qual “Penélope Charmosa”** é fútil e alienada, desejando a todo custo levar vantagem, praticante que é da famigerada Lei de Gerson.
Até quando nós votaremos nos mesmos?
* Desenho animado da WBTV
** - Personagens do desenho animado citado