Quando o fácil é difícil
Uma simples graduação já não satisfaz. Exige-se uma especialização. Aí, então, parte-se para um Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado, PhD ou outros títulos, achando que com isso tem-se um profissional completo. Puro engano, porque completo mesmo nunca vai existir. E a especialização tem o foco numa determinada área, desprezando o conhecimento geral. O aprender é uma necessidade constante, porque as coisas mudam. O especialista de ontem pode não servir mais para hoje. E com isso aquele que se diz “expert” em algo que para nós é difícil, pode não saber fazer o mais fácil, que é essencial à vida. Como exemplo, temos a história do pescador que conduzia em sua canoa um grande cientista, que se achando todo-poderoso, interrogava o pescador sobre o que ele havia aprendido na vida. A cada resposta, o cientista lamentava que o pescador não tivesse estudado, dizendo que ele havia perdido grande parte de sua vida. De repente, uma mareta forte vira a canoa e eis que o pescador pergunta ao cientista: “O senhor sabe nadar?” - Com a resposta negativa, então ele diz: “Então o senhor vai perder toda a sua vida”. Essa ânsia por especialização, muitas vezes faz o homem esquecer o essencial. Aprende o difícil e não sabe o mais fácil. Posso até me enquadrar também nesse aspecto, quando vejo um exímio cozinheiro, preparando aquilo de que mais necessitamos, a alimentação, e eu mal sei passar um ovo. Com certeza, aprendi também alguma coisa mais difícil e não o mais fácil. E, na minha primeira profissão, mesmo que eu fosse o melhor do mundo, estaria desempregado. Ela foi engolida pelo avanço tecnológico. Os jovens de hoje nem conheceram a Radiotelegrafia. Temos agora esse fantástico meio de comunicação, a internet, graças ao que tenho o privilégio de ser hoje um Recantista. Um abraço para todos. Comecem pelo mais fácil.