HOJE ESTOU MAIS PARA EMPACOTAR NUVENS
 

 
 
O amor não tem medida e a
impaciência    não conhece
limite.
(São Jerônimo)
 
 

Sinceramente, tem dias que a gente está mais para empacotar nuvens do que para escrever uma crônica, além do mais estou impaciente  e quando a gente está impaciente é pra reclamar,haja vista ser dito que a paciência e o silêncio formam a negligência dos maus e tenta a perseverança dos bons. O Porquê disto eu não sei. Se houver interesse em saber, pergunte ao Rui Barbosa, li dele.
 
Por vezes tudo é tão louco,  tão inquietante ,   tão triste, que contagia o ambiente, e lembra a caverna de Trofônio. Explico: Trofônio, que era filho de Apolo, para agradar o pai construiu  um templo, no meio dele havia uma caverna onde se acreditava que um espírito do mal interpretava os oráculos. Como os que entravam para consultá-lo saiam desfigurados criou-se o provérbio segundo o qual uma pessoa muito triste parece ter saído da caverna de Trofônio.
 
Se o assunto descambou para a doidera , para que braços mais seguros, se não os de Erasmo de Roterdam para nos agasalhar e dele ouvir a desmistificação de Dona Loucura?
 
Espere ai, mas antes, vou vestir a minha camisa-de-força, seguir para o meu pensatório, bater a porta com força, ignorar os fatos, raciocinar em torno das nuvens, de quebra medir pés de pulga,  admitir o zumbido dos pernilongos imaginar por onde eles cantam, se pela boca ou pela rabadilha, enfim, pensar que o céu é um abafador e que nós somos os carvões a espera de virar cinzas. ( Coisas de Aristófanes para ridicularizar Sócrates)
 
 
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 06/04/2010
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