Alguma lei de compensação...
Deve haver alguma lei de compensação ou algo assim.
Porque, como ela não pode comer chocolate por causa de uma alergia braba adquirida pelo abuso, hoje, domingo de páscoa, como há muitos anos já, teve que se abster dessa "deliciosidade" pra não se empolar de norte a sul, de leste a oeste daquele corpo viciado nesta (e intolerante a esta) iguaria dos deuses que sabem o que é bom...
Então a compensação veio, na volta do almoço sempre prazeroso em que se reúne a família, em forma de "soltação da voz e da franga" quando ela pegou no violão e, aproveitando a ausência de vizinhos, todos viajando, provavelmente passando o feriadão com as suas respectivas famílias, tocou e cantou tooooodas as três ou quatro músicas de que é capaz de se lembrar ainda.
Tocou e cantou:
Miss Celie's Blues, Dream a little Dream, Train (do Arnaldo Batista), Something, Isn't it a Pity, For no-one, Mr. Postman, I Call your Name, Kansas City, Valsinha, Magrelinha, Estácio Holly Estácio, "Agora eu era o herói", Que o Deus venha, Causin Kevin, Acid Queen, Meio Desligado, Ovelha Negra, Tatuagem, Busy being Blue e Canteiros. Ah, e Mucuripe. E talvez algo mais, sei lá...
As horas passaram como costumavam passar há muitos anos, quando ela tinha menos de trinta anos e tocava violão (e cantava) pelo menos umas duas horas por dia. Não por disciplina e obrigação, mas por prazer, puro prazer...
Cantar (e tocar um instrumento) é tão bom!
A vida segue e as coisas vão se adaptando. Hoje ela lida muito mais com palavras escritas do que com notas musicais e acordes de violão. Ou com os desenhos que costumava rabiscar, com muito apuro e uma certa acuidade, com o mesmo afinco e prazer com que costumava tocar e cantar.
Curiosamente, o descanso de tela do computador, que está programado pra exibir as imagens que ela tem guardadas na memória virtual, entre outras, exibia alguns dos projetos que ela elaborou e construiu ao longo de sua vida e carma de arquiteta. E isso é purinha máquina do tempo -- volta-se a pensar, sentir e viver aquilo que se sentia, vivia e pensava então. Só não rolou saudade do ofício, mas as recordações tinham algo de revivificantes.
Música, como os cheiros, é um dos melhores meios de se viajar no tempo.
E, dependendo das escolhas, pode nos proporcionar um grande e indescritível prazer...
Busy being Blue
(k. d. lang)
I have time on my hands
time to make some plans
time to take a different
point of view
time to take a walk
time to sit and talk
but you know
I'm too busy being blue...
I have time to put away
time to take a time
time to spend each night
with someone new
time to be alone
time to stay at all nigth long
but you know
I'm too busy being blue
I have time to leave behind
oh, to you and all of your kind
time to leave behind
the world you knew
but I'm still occupied
just remembering how we've cried
and you know
I'm too busy being blue
I have time on my hands
time to make some plans
time to take a different
point of view
time to take a walk
time to sit and talk
but you know...
I'm too busy... (eeee...)
being blue...
Ê, "Kei Di"...
Traduceichon:
Ocupada ficando triste
(k. d. lang)
Tenho tempo nas minhas mãos
tempo pra fazer alguns planos
tempo pra ter um diferente
ponto de vista
tempo pra dar uma caminhada
tempo pra sentar e conversar
mas você sabe
eu estou muito ocupada ficando triste...
Tenho tempo pra jogar fora
tempo pra dar um tempo
tempo pra passar cada noite
com um novo alguém
tempo pra estar sozinha
tempo pra ficar a noite toda
mas você sabe
eu estou muito ocupada ficando triste...
Eu tenho tempo pra deixar pra trás
ah, pra você e todos os seus
tempo pra deixar pra trás
o mundo que você conheceu
mas eu ainda estou ocupada
apenas me lembrando de como nós choramos
e você sabe
eu estou muito ocupada ficando triste...
(Tô triste nada!... É só a música que é muito linda...)
:)