Príncipe
Envenenaram-me com um brigadeiro. Não disse nada, apenas amaldiçoei minha madrasta disfarçada. Passei minha infância em uma torre alta demais, sem vizinhos nem escada. Tristemente sozinho e descalço, só havia um pé de cada par. Condenado a mancar. Fundo e raso. No ponteiro da meia noite, feito agulha enferrujada, furei o dedo, agora, não sei mais como acordar. Dormindo e sonhando com uma xícara de chá e delirando por estar sempre atrasado para o grande baile do sultão. Já estou cansado! Chega de dormir, de esperar uma rosa despetalar e o tempo acabar.
Não tenho mais tempo de sobra.