O ser humano é complicado
O ser humano é complicado. E somos todos seres humanos, exceção feitas às abobrinhas e aos pés de alfaces. Os animais estão no meio do caminho, mas são todos menos complicados que nós.
Este conhecimento aproximou-me das pessoas. Saber que somos complexos, mas que podemos viver com as diferenças. Isto me tornou mais humano.
Humano no sentido mais abrangente do termo. Sem neura, sem preocupação excessiva por ser imperfeito. E sem preocupação alguma com os erros alheios.
As pessoas são o que podem, o que querem, o que conseguem ser. Mas a minha irritação por eles não serem como eu gostaria que fossem não acrescenta nada, em nada.
Percebi que posso subir apenas os meus degraus, movimentar somente minhas pernas na escada quase que infinita da evolução. Pois em relação aos meus amigos-irmãos de jornada, posso apenas estender as mãos, até mesmo carregar aqueles que se machucaram por alguns degraus, enquanto eles se refazem. Mas isto somente quando eles permitem.
São livres como eu. E tenho que respeitar se não quiserem caminhar, se quiserem caminhar mais lentamente. Um dia sei que vão querer caminhar. Vão entender o quão importante é assumir as rédeas do próprio destino.
Mas eu só quero conviver. Isto é o que faz crescer. Conviver e saber conviver. Respeitar e me respeitar. Respeitar os limites alheios e respeitar meus próprios limites.
Conviver com os diferentes para aprender o que me falta. E falta muito.
E com as dificuldades da convivência e com a consciência de minhas próprias dificuldades, aprender a amar. Porque é só o que nos torna grandes perante a vida: saber amar.