As dores...

Olho... Fixo o movimento dos olhos... Choro...
Esse é o roteiro para os dias de dores?
Tantos móveis sentidos... Tantas palavras mancas... Acredito.
O homem vasculha as suas próprias entranhas... Move-se ao som do próprio umbigo...
Gasta rios de metal em construções de asfalto... Maquina as estradas... Roda os anéis de congestionamentos... E... Permanece fixo nas próprias paradas...
As dores não resolvem o verdadeiro alento...
As dores são "incapazes" de retirar da cara o batom assassinado pelo beijo sem gosto... E, tampouco, são capazes de arrumar os estragos dos furacões...
Movam-se os pulmões!!... As dores são avisos do mal-estar, não a sustentação do ser...
Perder tempo pensando mesquinharias... Da vida da "vizinha"... Do big alguma coisa da tv que anuncia mais um brinde para o armário lotado de coisas emprestadas pelo impulso de comprar...
Ideias são vendidas, apenas se ouvirem o tiritar do bolso alheio... Esvaziam-se os potes de ouro... Armazenem-se os ditos cruzados... Avariem-se as portas dos carros... Do metal fosco do troféu. Inconsequências.
As dores são rótulos das vontades que são guias... As dores são ventos que se engolem...
A dor da carne tem valia?... Do espancamento da criança... Das meninas da estrada... Do não fazer nada... Apenas olhar para a notícia com cara flácida. Ainda não sabemos nada, além da própria dor de barriga.
Os ditos imperfeitos... Sem eixo... Nem nexo...?
As dores são incapazes de movimentar as ações... As dores são incapazes... O ser humano, não.


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