Alguns lugares são tão... “Despedida”
Faltavam-me braços e mãos para carregar tantas malas, bolsas e apetrechos de viagem. Depois de uma leve demora do taxista sempre atrasado, mas que insisto em chamar por seu caráter e simpatia, parti rumo ao famoso ponto de ônibus da Azul.
Ah, a Azul! O que seria de nós, pobres seres desprovidos de renda abundante e que moramos longe dos entes queridos, se não fosse a Azul?
No ponto, pequenos grupos de pessoas esperavam a chegada do coletivo personalizado. Alguns, em companhia de suas bagagens e afins, aguardavam o transporte rumo ao aeroporto. Outros, tão ou mais ansiosos, aguardavam a vinda de alguém especial.
A emoção é forte no momento de chegada do ônibus. Afobados, os que vão querem logo se livrar dos que vêm. E os que vêm não vêem a hora de mirar a face e sentir o abraço daqueles que, por eles, lá estão.
Uma jovem desceu do ônibus, localizou o amado e abriu um sorriso de encantar a todos em um raio de indefinidos metros. Seu olhar se arregalou e fixou o rapaz num misto de surpresa, assassinato repentino da saudade e vontade de tocar, sem deixar cair o sorriso, claro. Lá estava a alegria sustentada em cada músculo do seu rosto.
Ela correu para abraçar seu coração de volta.
Outros choravam de tristeza, por alguma perda inesperada. Outros ainda simplesmente diziam adeus.
Alguns lugares são tão... “Despedida” e, ao mesmo tempo, tão... “Reencontro”. Uma metáfora da vida.