PÁSCOA, RENASCIMENTO E ASSÉDIO

Fui assediado por um longo tempo.

Esse assédio, porém,

não foi feito por um obessessor

de vidas passadas,

um desafeto

de vidas atuais

ou um assediador zombeteiro;

esse assédio era uma idéia que se cristalizou

dentro da minha consciência de tal forma,

que eu não sabia se ela era parte de mim

ou se eu era parte dela;

e não me deixava mudar ou crescer,

nem prosseguir,

e assim fiquei preso

por um ciclo inteiro.

Ela não me dominou facilmente.

Lutei, com todas as minhas forças,

bravamente,

para que ela não tomasse de conta dos meus pensamentos,

das minhas vontades,

pois sabia,

que dali, ela migraria

para as minhas ações,

os meus atos,

por isso, resisti e a combati,

mas ela sempre voltava,

sempre revestida de boas intenções,

sempre com outro canto de sereia

para me iludir e me fazer desistir

do combate,

até, que por fim, ela enfraqueceu,

e quando veio me visitar nessa Sexta-Feira Santa,

encontrou um outro "Eu",

incapaz de sucumbir aos seus encantos.

Foi então que eu pude sair

da caverna dos meus conflitos interiores,

mais forte e renovado,

sem culpar os agentes exteriores,

pois eu havia renascido do combate

com o assédio que eu mesmo havia criado.

Frank Oliveira

http://cronicasdofrank.blogspot.com/