31 de março, para não esquecer e escolher
31 de março de 1964, o dia em que o Brasil parou. O dia em que a população assistiu a um espetáculo que durou 21 anos. Um filme que apresentou mocinhos e bandidos num roteiro complicado, que até hoje não entendemos bem. O titulo? primeiro Revolução, depois Golpe, o que não mudou foi pontinho pontinho de 31 de março de 1964.
Quem viveu àquele dia diz que não entendeu chegar ao Centro da Cidade e ver os carros blindados e os militares nas ruas. Havia a ordem de continuar andando. Ninguém podia perguntar nada, só "marchar"ou andar!
Alguém falou que o Presidente tinha sido deposto e que a partir daquele dia o Brasil estaria vivendo plenamente os dizeres da Bandeira "Ordem e Progresso".
O povo? mais uma vez foi a platéia, assim como na Independência, na Republica e no dia a dia. O que aconteceu depois? bem, (ou mal) algumas pessoas sumiram "para nunca mais voltar", outros fugiram, já alguns "cometeram suicídio", tudo em nome da "governabilidade". Quem veio depois, aprendeu direitinho a "respeitar as autoridades" e em nome deste "respeito" não podia falar.
Os jornais passaram a publicar receitas de bolo na primeira página, os bens públicos foram "invadidos" por militares. Não se podia escolher. 21 anos depois, em 1985, parece que o filme acabou.
Hoje 25 anos depois do final, temos um Presidente que aquele tempo foi considerado "subversivo", mas que estranhamente, senta, conversa e ri com os antigos protagonistas. Porém o Brasil mudou, pelo menos hoje podemos falar.
Vivemos a construção da Democracia. Porém o povo precisa acordar deste filme a passar a ser o personagem principal.
Hoje podemos fazer a revolução na classe política, na saúde, no emprego, nas oportunidades, na educação e na Comunicação. Basta assumirmos o papel principal neste processo. Afinal como dizia os velhos Generais "O Brasil é Nosso"!