Pascoa sem chocolates
Na antigüidade
Os egípcios e persas (33 dc.), costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Por isso, os persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo gigante.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras religiosas.
Os ovos não eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria natureza, nestes países, renascia florida e verdejante após um rigoroso inverno.
Em alguns lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram os ovinhos escondidos pela casa, como acontece nos Estados Unidos.
Antigamente, o costume era enfeitar e pintar ovos de galinha, sem gema e clara, e recheá-los com amendoim revestido com açúcar e chocolate. Os ovos de Páscoa, como conhecemos hoje (de chocolate), era produto caro e pouco abundante.
De qualquer forma o ovo em si simboliza a vida imanente, oculta, misteriosa que está por desabrochar.
A Páscoa é a festa magna da cristandade e por ela celebra-se a ressurreição de Jesus, sua vitória, sua morte e a desesperança. É a festa da nova vida, a vida em Cristo ressuscitado.
O Coelho
Na idade antiga mais precisamente na Europa após o inverno, o coelho era o primeiro dos animais a aparecerem, após longo período de frio, e por sua fecundidade farta, torna-se símbolo da fertilidade.
Há uma lenda que marca a história do coelho da páscoa. Conta a mesma que uma mulher pobre, que não tinha como presentear seus filhos no domingo de páscoa, cozinhou alguns ovos de galinha e os pintou. Ela teve a ideia de colocá-los dentro de um ninho e escondê-los no quintal da casa, entre as plantas. Quando as crianças encontraram os ovos, um coelho apareceu por perto e fugiu; as crianças acreditaram que o mesmo havia colocado os ovos para elas, assim a história se propagou.
O chocolate
Essa história tem seu início com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas usavam-no como moeda.
Na Europa aparece a partir do século XVI, tornando-se popular rapidamente. Era uma mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água, mel e farinha. O chocolate, na história, foi consumido como bebida. Era considerado como alimento afrodisíaco e dava vigor. Por isso, era reservado, em muitos lugares, aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, como conhecemos, surgem no século XX.
Para refletir o verdadeiro significado
Mas, isto não impede uma reflexão mais profunda, sobre mais esta celebração.
Já está na hora de mudar nossos paradigmas e por fim as encenações teatrais de adoração, onde as pessoas dizem ir ao culto, as sinagogas, igrejas, adorarem a Deus, mas menosprezam o mesmo Deus nas ruas, como se este, tivesse criado uma linha divisória entre o templo e a oficina.
A verdade é que ninguém pode separar suas horas perante si e dizer, esta hora é para Deus, esta é para mim, esta ação é para Deus, esta é para mim.
Toda a terra é seu altar de oração, por louvá-lo nos templos e desprezá-los nas ruas é que temos naufragado mil vezes.
Mais uma páscoa se aproxima e a simonia corre solta, como em todas as outras festas religiosas, a Sexta-feira Santa chega e a humanidade desperta da sua letargia profunda, mas é apenas por algumas horas.
Pois, assim que o sol se põe, a humanidade retorna aos seus caminhos tortuosos.
A cada Sexta-Feira Santa as pessoas param com seus afazeres para contemplar uma sombra coroada de espinhos, espinhos estes, que estas mesmas pessoas não quiseram tirar.
Os homens interrompem seus negócios para dirigir-se ao templo pedir ao cristo, mais lucros e confessar seus desenganos, mas o ritual nem bem termina e o telefone toca chamando para mais um negócio proveitoso. e as promessas ditas a pouco, perdem seu valor de imediato.
As mulheres distraídas pelo brilho da vida, apaixonadas por jóias e vestidos, saem na Sexta Feira Santa de suas casas para as procissões. Mas mal acaba a cerimônia e todos voltam aos seus caminhos entre risadas e comentários desairosos.
Foi apenas mais uma cerimônia religiosa assim como outras tantas, e nisto se resume às religiões em cerimônias, onde ninguém cogita, ninguém raciocina, para que serve isto?
Onde vamos chegar com estas encenações teatrais?
De adoração exterior, onde as pessoas levantam suas mãos em direção aos céus, mas seu coração jaz adormecido nas trevas pantanosas da maledicência, da inveja, do ciúme, e da falsidade.
A maioria aceita a religião mas, não se preocupa em praticá-la.
Brada bem alto para todos ouvir, Jesus, Jesus mas, continua com os ouvidos do coração surdos para suas mensagens?
A onde tudo vai bem, se tem milagres, onde Jesus paga contas atrasadas, onde Jesus é proprietário de carros, da casa, da isto aquilo e só precisam, para usufruir todas as regalias, contribuir com o DIZIMO.
Que interessa o que Jesus disse sobre a humildade, amor ao próximo, fé do tamanho de um grão de mostarda etc, etc.
Se esta igreja não tiver o que eu busco, existem mil outras para eu garimpar. E assim seguem os garimpeiros dos milagres, saltitando de igreja em igreja, de religião em religião em busca de conforto material.
A religião verdadeira não está nos templos, nas Igrejas, mas no coração do homem, na forma de uma lei fundamental da natureza humana - a Lei de Adoração, que leva o homem a adorar a Deus no recesso de si mesmo, sem alardes nem fantasias.
A verdade é que o mundo celebra o nome de Jesus e as tradições que os séculos teceram em volta de seu nome, mas ele permanece um estrangeiro percorrendo o mundo e atravessando as religiões sem encontrar entre os povos que compreenda a sua verdade.
Busquemos uma reflexão maior entre todos os ensinamentos do Cristo, tenhamos sim o Cristo vivo em nós, em nossas atitudes, seguindo e fazendo valer a sua palavra.
Que o amor, a caridade, e o bem jamais sejam esquecidos, estes sim são os verdadeiros símbolos que temos que cultivar e propagar para todos os cantos do mundo.