Bill Gates Merece Cada Centavo
A primeira vez que escutei o barulho de um modem, juro que acreditei que o computador do meu amigo estava possuído.
- Que barulho é esse?
- É o computador conversando com a central. – Respondeu exibindo empáfia de Imperador.
- E computador conversa?
Irritou-se com a minha santa ignorância.
- Conversa através do modem. – Apontou-me uma caixinha preta, cheia de leds piscando e tremendo sobre a mesa.
- É um vibrador.
Não gostou da minha piadinha e aquele era um tempo em que falávamos de Assemblaer, Dbase, Basic III, Aplle e impressoras com nomes esquisitos que sumiram do mercado. A reserva de mercado brasileira atrasou o acesso dos cidadãos tupiniquins em 500 anos àquelas maravilhas virtuais.
Ouvíamos casos deslumbrados dos que iam ao exterior e tinham contato com um mundo que nos parecia o de Oz. Não tolerávamos o atraso proposital que promovia nosso governo. Tive minha fase completamente nerd em busca de avanços tecnológicos. Colecionava revistas e devia digitar meus próprios programas se os quisesse. Para completar os programas eram todos gravados em fitas K-7 e deviam ser rodados de um gravador portátil para o computador. O processo todo podia levar horas e qualquer interrupção, qualquer minúscula oscilação na energia elétrica ou falha na gravação colocava tudo a perder.
Sei de um amigo que enlouqueceu após quase 8 horas de tentativas falhadas e atirou uma cadeira pela janela. Por sorte caiu sobre uma banca de revistas na calçada. Nunca descobriram o autor e nosso companheiro levou o apelido de ¨cadeirinha¨. Quando entrei na Universidade, por incrível que pareça, perdi contato com o mundo virtual e somente retornei dando de cara com a maior maravilha dos tempos modernos.
Existem milhares de invenções que poderiam ser listadas como o marco de um tempo, de uma era, mas quando descobri, pela primeira vez, a funcionalidade da primeira versão do Windows, meus olhos lacrimejaram. Apaixonei-me à primeira vista. E o disquetes? Informação quase instantânea sem os superados gravadores. Era o paraíso dos aficionados por informática. Hoje sou um mero usuário e todos aqueles programas e rotinas que desenvolvi fazem parte de um passado remoto. Estão para os de hoje como as pinturas rupestres nas cavernas dos primeiros humanóides para a Capela Sixtina.
Por essas e outras acredito que Bill Gates merece estar sentado sobre todos aqueles bilhões e, quanto aos jovens usuários de hoje digo, com certeza:
- Vocês não sabem o quanto são felizes...
A primeira vez que escutei o barulho de um modem, juro que acreditei que o computador do meu amigo estava possuído.
- Que barulho é esse?
- É o computador conversando com a central. – Respondeu exibindo empáfia de Imperador.
- E computador conversa?
Irritou-se com a minha santa ignorância.
- Conversa através do modem. – Apontou-me uma caixinha preta, cheia de leds piscando e tremendo sobre a mesa.
- É um vibrador.
Não gostou da minha piadinha e aquele era um tempo em que falávamos de Assemblaer, Dbase, Basic III, Aplle e impressoras com nomes esquisitos que sumiram do mercado. A reserva de mercado brasileira atrasou o acesso dos cidadãos tupiniquins em 500 anos àquelas maravilhas virtuais.
Ouvíamos casos deslumbrados dos que iam ao exterior e tinham contato com um mundo que nos parecia o de Oz. Não tolerávamos o atraso proposital que promovia nosso governo. Tive minha fase completamente nerd em busca de avanços tecnológicos. Colecionava revistas e devia digitar meus próprios programas se os quisesse. Para completar os programas eram todos gravados em fitas K-7 e deviam ser rodados de um gravador portátil para o computador. O processo todo podia levar horas e qualquer interrupção, qualquer minúscula oscilação na energia elétrica ou falha na gravação colocava tudo a perder.
Sei de um amigo que enlouqueceu após quase 8 horas de tentativas falhadas e atirou uma cadeira pela janela. Por sorte caiu sobre uma banca de revistas na calçada. Nunca descobriram o autor e nosso companheiro levou o apelido de ¨cadeirinha¨. Quando entrei na Universidade, por incrível que pareça, perdi contato com o mundo virtual e somente retornei dando de cara com a maior maravilha dos tempos modernos.
Existem milhares de invenções que poderiam ser listadas como o marco de um tempo, de uma era, mas quando descobri, pela primeira vez, a funcionalidade da primeira versão do Windows, meus olhos lacrimejaram. Apaixonei-me à primeira vista. E o disquetes? Informação quase instantânea sem os superados gravadores. Era o paraíso dos aficionados por informática. Hoje sou um mero usuário e todos aqueles programas e rotinas que desenvolvi fazem parte de um passado remoto. Estão para os de hoje como as pinturas rupestres nas cavernas dos primeiros humanóides para a Capela Sixtina.
Por essas e outras acredito que Bill Gates merece estar sentado sobre todos aqueles bilhões e, quanto aos jovens usuários de hoje digo, com certeza:
- Vocês não sabem o quanto são felizes...