EU, Criança

Quando tinha uns oito ou nove anos eu imaginava que quando tivesse uns 22 por aí, eu ia ser formado, casado e com um filho a caminho. Talvez porque aqueles 22 me pareciam tão distantes e, de fato, eu achava que eles não iam chegar nunca. Era minha impressão, por mais que eu procurasse me convencer do contrário.

Mas, o tempo passa rápido e a gente nem percebe. É dia após dia, semana após semana, mês, anos – o tempo voa. Então, querendo ou não, chegaram os 22 anos, os 40 ...eu ainda não estou formado, penso em casar (mas ainda não), e um filho agora só se acontecesse um deslize. Mas está tudo dentro dos conformes, afinal, aquele pensamento inocente em relação ao futuro é normal em sendo criança.

A gente vai crescendo e aprendendo muita coisa, vai construindo o nosso próprio caminho. Amadureci. Deixei de brincar de carrinho-de- lomba, de jogar bolinha-de-gude... Nasceu a barba, fui ficando com cara de mais velho. Mas, procuro preservar meu lado criança.

Atormenta-me que um dia eu possa esquecer esse meu lado criança e me tornar apenas um adulto, de corpo e alma. A infância é o que nos preserva jovens, a pele é apenas uma capa protetora da nossa alma. O corpo vai envelhecer, mas que nunca envelheça o meu espírito de criança.

Quando estava no banheiro e gritava: "Mãe, deu!" Eu estava sentado no troninho, imaginando como seria o futuro quando tivesse que me virar sozinho. Hoje aquelas palavras me dizem muito mais. Não são apenas palavras, mas uma página da minha história que eu quero que fique guardada para sempre. Aquela história de que toda criança é eterna, eu levo ao pé da letra, como sendo uma filosofia de vida. Quero continuar assim, sendo uma eterna criança pois, não desejo jamais renegar a minha felicidade...

SerhumanoSER
Enviado por SerhumanoSER em 31/03/2010
Reeditado em 01/04/2010
Código do texto: T2169929