O encontro...
O encontro...
A luz azul e irreal do meus sonho, sombreava as dobras dos braços gorduchos da criança que chorava ... não havia som em meu sonho, não ouvia seu choro ...apenas o brilho azulado pela luz irreal das lagrimas que rolavam em sua face de querubim, a boca num bico zangado, o peito arfando pelos soluços incontidos, denunciavam o choro sentido.
Estava no colo de alguém, que não distinguia sexo nem formas e outra criança idêntica ate no choro convulsivo, chegava trazida ao colo por outra entidade desconhecida como a primeira.O mesmo choro sem som, as mesmas lagrimas iluminadas, o peito arfando de suspiros idênticos.
Param, depositam-nas no chão, ambas as crianças se olham, as lagrimas secam, os soluços amenizam ate morrerem em seus sorrisos iluminados, são gêmeos idênticos ate na alma.
Dão-se as mãos e vão andando por uma estrada infinita que surge e se perde num horizonte de cobre, se afinando na imensidão de sua reta.
Seus passos miúdos os conduzem nesta estrada, e vão diminuindo a medida que se distanciam ou se aproximam do horizonte. Ate que suas silhuetas diminutas se juntam numa só...enfim o encontro.
Carlos Said
Inverno 2009