O encontro...

O encontro...

A luz azul e irreal do meus sonho, sombreava as dobras dos braços gorduchos da criança que chorava ... não havia som em meu sonho, não ouvia seu choro ...apenas o brilho azulado pela luz irreal das lagrimas que rolavam em sua face de querubim, a boca num bico zangado, o peito arfando pelos soluços incontidos, denunciavam o choro sentido.

Estava no colo de alguém, que não distinguia sexo nem formas e outra criança idêntica ate no choro convulsivo, chegava trazida ao colo por outra entidade desconhecida como a primeira.O mesmo choro sem som, as mesmas lagrimas iluminadas, o peito arfando de suspiros idênticos.

Param, depositam-nas no chão, ambas as crianças se olham, as lagrimas secam, os soluços amenizam ate morrerem em seus sorrisos iluminados, são gêmeos idênticos ate na alma.

Dão-se as mãos e vão andando por uma estrada infinita que surge e se perde num horizonte de cobre, se afinando na imensidão de sua reta.

Seus passos miúdos os conduzem nesta estrada, e vão diminuindo a medida que se distanciam ou se aproximam do horizonte. Ate que suas silhuetas diminutas se juntam numa só...enfim o encontro.

Carlos Said

Inverno 2009

Carlos Said
Enviado por Carlos Said em 31/03/2010
Reeditado em 28/07/2016
Código do texto: T2169287
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