OS SÉRIOS TAMBÉM AMAM                    

 
Escritores? Quantos admiro! Entre estes Machado de Assis. Gosto dele em todos os gêneros:   romancista, cronista, tradutor  e poeta. Acabo de ler um poema seu que fala de saudade ; quero associar a  imagem  do homem Machado às palavras do poeta apaixonado, como se isso não fosse possível, afinal,os sérios também amam, pois não?
 
No seu poema, Machado indaga por que sente saudade de sua amada e o porquê dessa saudade. Reclama que não a vê, mas imagina suas expressões, sua voz, seu cheiro. Confessa que a sua amizade o faz sonhar com carinho e desejar um caminhar à luz da lua à beira mar. Confessa ainda , que esta saudade, este sentimento de vazio lhe tira o sono e que se sente invadido por uma sensação de abandono e então se indaga se o que sente é amizade ou amor? Mas a única coisa que ele sabe é que não quer perder esta amizade que o fortalece e o enobrece por ter a sua amada.
 
Ah, poeta... quem de nós mortais já não sentiu uma saudade como essa tua? Eu já senti até saudade futura, como a registrada nestes meus versos:

         Aqui da minha janela os meus olhos
          estão voltados para o infinito
            e eu passo a sentir saudade do amanhã.
             não é uma saudade doída,
               não é uma saudade presente,
                é uma saudade futura
                 de alguém...
                   de alguém...
                    que eu não sei bem que é...
                       ou sei...?

                         Sei sim.
                           E eu sei que ele sabe
                            que eu sinto...
            
Zélia Maria Freire
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 30/03/2010
Reeditado em 30/03/2010
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