APRENDER DENTRO E FORA DE SI
“Ai, mísera de mim, ter visto o que já vi, ver o que vejo agora...” verseja Shakespeare, no III ato de Hamlet. Continuarei vendo, livrando-me das viseiras de qualquer janela que impeça a evidência do que vier a se manifestar. Para mim, Maurice Merleau-Ponty tornou-se famoso por aconselhar a vermos o mundo, aprendendo e reaprendendo com ele. Muitas filosofias assim o fizeram, depois que seus pensadores experimentaram que o mundo é uma escola, proporcionando-nos oportunidades de comparação. E como comparar sem termos diante de nós coisas diferentes? As diferenças só se encontram no mundo e não apenas no interior das nossas casas, que também pertencem ao mundo. Do contrário, se tudo fosse igual, tudo conheceríamos, mas pouco saberíamos. O saber se alcança no distinguir uma coisa da outra e diferençar aspectos e características numa só coisa. Por tal razão, Salomão, no esplendor da sua sabedoria, pediu a Deus mais sabedoria, o que ele próprio disse consistir tão somente numa palavra: discernimento.
Para reaprender com o mundo, Merleau-Ponty aponta o caminho da busca, do desejo pelas descobertas e conhecimento das coisas e dos fatos. É nesta visão que também se aprende uma prodigiosa maneira de ver além de uma janela, do fácil, do imediato, do horizonte costumeiro, da visão superficial; de aumentar, pela vontade de descobrir e redescobrir, a capacidade de ver, descobrindo o novo, sem perder de vista o antigo.
Oprincipal para se reeducar o olhar desse mundo é o de começarmos por nós mesmos, pela introspecção, olhar-se pelo avesso, de fora para dentro. Não se trata, portanto, de procurar somente realidades distantes de nós mesmos, aliás todas elas pertencentes a esse mundo. Neste sentido, a introspecção nos leva a experimentarmos uma aventura “em mares nunca dantes navegados” de águas mais profundas, o que nos propicia aprendizagem e reaprendizagem da compreensão do mundo e da nossa existência dentro dele. Nada pior do que nele existir com a sensação de um universo desconhecido, sem enxergar o mundo, tão perto dos nossos olhos. Ver bem “o que já vi e o que vejo agora” é convencer-se, por Merleau-Ponty, de que “a verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”.
“Ai, mísera de mim, ter visto o que já vi, ver o que vejo agora...” verseja Shakespeare, no III ato de Hamlet. Continuarei vendo, livrando-me das viseiras de qualquer janela que impeça a evidência do que vier a se manifestar. Para mim, Maurice Merleau-Ponty tornou-se famoso por aconselhar a vermos o mundo, aprendendo e reaprendendo com ele. Muitas filosofias assim o fizeram, depois que seus pensadores experimentaram que o mundo é uma escola, proporcionando-nos oportunidades de comparação. E como comparar sem termos diante de nós coisas diferentes? As diferenças só se encontram no mundo e não apenas no interior das nossas casas, que também pertencem ao mundo. Do contrário, se tudo fosse igual, tudo conheceríamos, mas pouco saberíamos. O saber se alcança no distinguir uma coisa da outra e diferençar aspectos e características numa só coisa. Por tal razão, Salomão, no esplendor da sua sabedoria, pediu a Deus mais sabedoria, o que ele próprio disse consistir tão somente numa palavra: discernimento.
Para reaprender com o mundo, Merleau-Ponty aponta o caminho da busca, do desejo pelas descobertas e conhecimento das coisas e dos fatos. É nesta visão que também se aprende uma prodigiosa maneira de ver além de uma janela, do fácil, do imediato, do horizonte costumeiro, da visão superficial; de aumentar, pela vontade de descobrir e redescobrir, a capacidade de ver, descobrindo o novo, sem perder de vista o antigo.
Oprincipal para se reeducar o olhar desse mundo é o de começarmos por nós mesmos, pela introspecção, olhar-se pelo avesso, de fora para dentro. Não se trata, portanto, de procurar somente realidades distantes de nós mesmos, aliás todas elas pertencentes a esse mundo. Neste sentido, a introspecção nos leva a experimentarmos uma aventura “em mares nunca dantes navegados” de águas mais profundas, o que nos propicia aprendizagem e reaprendizagem da compreensão do mundo e da nossa existência dentro dele. Nada pior do que nele existir com a sensação de um universo desconhecido, sem enxergar o mundo, tão perto dos nossos olhos. Ver bem “o que já vi e o que vejo agora” é convencer-se, por Merleau-Ponty, de que “a verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo”.