Palavras e Silêncios.
A palavra serve-me como expressão do que sou, do que penso, do que tento entender no outro e em mim.
O silêncio é, também, uma forma de expressão. Admiro os que o utilizam com honestidade e estilo.
Não sei exercer palavra ou silêncio estrategicamente. Falo quando tenho vontade e oportunidade de falar.
Calo quando sou obrigada ou quando não sei como dizer, pois na minha ansiedade quase sempre tenho ímpeto de falar.
Às vezes visto silêncios com palavras, da mesma forma que uso roupas para esconder a nudez.
Posso valorizar a verdade ou simplesmente disfarçá-la com adornos vistosos que desviam o foco da atenção do que realmente sinto. Mas a verdade continua presente seja lá com que roupa venha a se apresentar.
Motivos internos ou externos guiam minha voz e, até onde posso perceber, esse movimento de avanço e recuo é espontâneo.
No momento aprendo a silenciar e, por enquanto, não há traço de arte ou elegância em meu silêncio, que é nascido da mesma fonte onde nascem minhas palavras.
A autocrítica ou a arrogância por constatar que não sou tão boa com as palavras abortam meu discurso. Algumas palavras nascem condenadas ao constrangimento posterior.
Outros sentimentos me impedem de ser delicada como gostaria e nesses casos calo com certo sofrimento.
Conforta-me pensar que ainda estou exercitando na vida e que tenho muito a aprender, pois pensando dessa forma posso ter esperança de que um dia saberei usar melhor a palavra e o silêncio.