A SOCIABILIDADE
A SOCIABILIDADE
A história do Planeta Terra nos conta que desde o início da sua formação, quando surgiram vegetais e seres animados sobre sua face que, para suprirem suas necessidades da alimentação, esses seres vivos o fizeram cada qual obedecendo à sua característica biológica. Alguns deles foram herbívoros, outros carnívoros e outros, ainda, insetívoros, completando, assim, o ciclo que integrou o equilíbrio perfeito entre uns e outros, reproduzindo-se e consumindo-se mutuamente para que estes não ficassem em número muito além do necessário e aqueles em minoria e, ainda, aqueles outros não alastrassem toda a terra e acabassem por inviabilizar a alimentação dos primeiros.
Deus, porém, que idealizou tudo e tudo rege, não criou o mundo para seu brinquedinho, o qual, uma vez obsoleto, lhe caísse na desgraça, quando acabaria jogando-o ao lixo. Quando criou o universo, criou muitíssimos mundos e, entre eles, um mundinho só para nós – reino animal, reino vegetal e, de quebra, fê-los crescer sobre a massa constituída de terra, pedras e outros minerais, regando – tudo – por essa imensidão de água potável e água salgada. Criou o universo – e dentro dele esse mundinho – e dispôs tudo para que funcionasse com a precisão de um relógio suíço.
Como tudo o que existe não vive, se fortalece e desenvolve sem um regente, criou também os espíritos, portanto, uma vida inteligente. Ordenou fossem morar em corpos humanos para, agrupados em sociedades, desenvolverem e aguçarem suas inteligências em grupo para gerar o progresso moral, intelectual e material sobre a face dos mundos habitados.
Para sua segurança e sobrevivência os seres humanos, assim como os animais brutos, agruparam-se em famílias ou grupos distintos, a que a inteligência humana chama sociedade. Na sociedade humana, moldada ao sabor dos seres inteligentes, todos nós seres humanos, convivemos e criamos a nossa cultura, segundo o folclore dos nossos costumes e tradições.
O homem evoluiu, segundo os desígnios do seu Criador. Mas, pelo visto, essa evolução deu-se principalmente no plano material, pois que no plano emocional, moral e intelectual as coisas não são bem assim. Pois vejamos. Estamos em época de se escolher um novo mandatário para a sociedade brasileira. Os bichos escolhem esse chefe pela lei do mais forte, aos tapas e mordidas. Mas eles são animais brutos. Com o componente extra que o Criador destinou para o ser humano – a inteligência – essa escolha seria feita de comum acordo, expondo cada facção, que chamam de partido, seus argumentos e planos de governo, pacificamente, e dos candidatos apresentados seria escolhido o de melhores qualificações. E, sendo o mundo tão velho, o homem já deveria ter aprendido esse tema. Mas isso não acontece porque entra em jogo, nem tanto a vontade de servir à sua Pátria, mas, principalmente, a gana pelo poder e pela riqueza que o assunto envolve. E vai daí que os seres humanos, que Deus criou para serem inteligentes, agem do mesmo jeito na escolha de seu novo chefe como o fazem milenarmente os seres brutos da natureza. Engalfinham-se com mútuas acusações, muitas vezes infundadas, para diminuir o prestígio dos adversários, com medo de perderem a disputa e, com ela, o poder e a glória do mando e o cargo rendoso. A ética, que para certos assuntos, está permanentemente de férias, passou longe dessa evolução, haja vista que ainda hoje, em pleno século XXI, o homem vive e age como se recém tivera saído da idade da pedra lascada, ou seja, como se apenas tivesse iniciado o período paleolítico superior.