EFEITO BIG BROTHER
Sempre me posiciono de uma certa maneira a não impor verdades absolutas.
Não é de outra forma que me comporto com os meus filhos, agora jovens, quase adultos.
Eles têm me mostrado por várias ocasiões que nem sempre o que parece feio é tão feio assim. Ou o que parece prejudicial, pode servir até de remédio sob algum outro ponto de vista.
Minha filha de 21 anos sempre se revelou uma menina de personalidade marcante que influencia as amigas e é muito pouco influenciada por elas.
Acreditem! É uma moeda de duas faces, como qualquer outra. Há circunstâncias que acho maravilhoso isso, mas também há momentos que isso, francamente, como mãe é intolerável. Enfim, sobrevivo feliz com esses movimentos.
Um dia, ela saiu do computador dizendo:
- Pronto! Quero ver se essa Lia do BBB não vai pro espaço dessa vez!
Fiquei quieta e, entre outras coisas, pensei: "Não acredito que uma pessoa tão ocupada com trabalho e estudo, perdeu tempo com essa bobagem..."
Meu filho de 19 anos, olhou para mim e balançou a cabeça. Imaginei que pensou o mesmo que eu.
Passado uma semana. Encontrei esse meu filho, um menino centrado, estudioso, que tem grandes projetos de vida, triste. Não saía do computador e sempre que puxava algum assunto ele respondia com reticências.
Observei esse estranho comportamento durante todo o sábado. Seu olhar no vazio. Não queria conversa. Logo me coloquei em postura de respeito e fiquei esperando algum sinal.
À noite, o jovem equilibrado estava atento, assistindo a TV. Sentei ao seu lado e ele, então, finalmente desabafou:
- Votei 50 vezes para tirar o DiCesar do BBB!
Arregalei os olhos e disparei sem pensar:
- Eu não acredito nisso!
Ele respondeu bem sério:
- Não poderia permitir um absurdo desse. O DiCesar não pode ganhar do Dourado. Isso seria um grande absurdo. Jamais conviveria com uma derrota dessas.
A moral dessa história? Deixo por conta dos leitores.