Texto Enrolado é Demais!
TEXTO ENROLADO É DEMAIS!
Discurso em várias línguas. Discurso e várias línguas, estranhas, mortas, ressuscitadas, entre tantos elementos arcaicos, distorcidos desta realidade, idade da pedra lascada, entrei numa, entre várias opções optei justamente pela mais perigosa, a que não me leva a lugar algum, se onde estou é apenas de passagem, aérea, translado, não sou daqui, nem vou ficar aqui por muito tempo também, mal enxergo/escuto o tempo, relativo e suas conseqüências, primeiro, e segundo, plano, não explicando nada, tudo esticado para o segundo/terceiro parágrafo.
Não vou discutir comigo mesmo, mesmo, vou dialogar, muito melhor, o lugar, agora, outro nível a conversa, o diálogo agora prosperou, enricou-se, milionarizou-se de tantas novas palavras, tão antigas e sempre existiram e eu não conhecia, ia de um lugar para outro, calado, sem nada falar, nada, tudo esticado para outro assunto, outro bloco de notícias do além muro, muralha, céu de abril, madrugada, agora sei que este não era aquele assunto do qual eu falava, pra mim mesmo, mais só do que a dó, do sol, não era esta a música que eu queria ouvir, pelo contrário, do mesmo jeito que entrei, saio.
Fechou o mês, depois abril, maio, mais um ano, tantos meses se passaram neste tempo calendário maluco, maia, egípcio, palavras que dominam o tempo, se escondem sob ele, todo o peso de sua existência, palavras que talvez nunca existissem se não fossem estas letras inventadas e agrupadas que quase não significam nada se não faladas, expressadas, talvez apressadas demais, para mim, quase parando, não sei como funciona esta velocidade da luz, luminosidade na cidade, caos sobre a terra!.
Voltei ao assunto de antes, agora?
Mais um dia neste calendário lunar, menos outro nesta imensidão de datas, de nascimentos, aniversários, passamentos, históricos, de uma, milhões de vidas, repito, do tempo relativo para o presente passando, vou é me aventurar no futuro, mergulhar de cabeça, com os riscos assumidos, tempo de lutar, acender e apagar o fogo.
Estou é fugindo do assunto, entrando por outros, caminhos, vielas, becos, para chegar a algum lugar, que seja, que aconteça, o que acontecer, estarei presente, passado e futuro, pronto para qualquer coisa, pronto pra tudo!
O discurso se alonga e enrola, espicha, estica, aumenta a prosa, o texto fica emburrado, pronto pra desistir, não quer falar, nada, nadinha, mudinho, quer ficar, mas não vou deixar, vou soltar o verbo, boca no trombone, megafone, telefone, seja o que for, vou falar e gritar, em todas as línguas, na sua e na minha, contagiante, falar o que quiser! Absolutamente possível, tudo! Falar e fazer o que quiser, liberdade extrema, exagerada demais, a narração. Fui pra televisão. Depois eu volto.
Meu tempo é demais!