T E M P E R A N Ç A

T E M P E R A N Ç A

Temperança. O Aurélio define como sendo “qualidade ou virtude de quem modera apetites ou paixões”. E, se me permitem, acrescento: – é virtude de fonte divina. Quem na adversidade consegue manter a calma; quem na discussão consegue manter-se isento de acusações infundadas; quem as tem que fazer, faz repreensões isoladas, a quem as deve ouvir, escolhendo palavras adequadas e pertinentes ao assunto tratado, sem ofender; quem em assuntos íntimos consegue desempenha-los com amor, nunca a título de mando; quem na política e no futebol consegue ficar à margem, sem as acusações que, no momento, nenhuma razão têm a não ser a difamação do concorrente a ser alijado da competição; e, quem concebe que o sentimento de justiça é a melhor forma de caridade e de se portar em sociedade, está dentro dos limites da temperança.

A calma é o liame do temperamento – é a termometria de que se utiliza o espírito para temperar sua animosidade. Somente a virtude da temperança, esse termômetro que regula a educação, enquanto o termo indique boas maneiras, é capaz de produzir a boa convivência em família e na sociedade. Essa virtude opera a salutar equação de animosidades provindas das paixões. Sem ela somos tomados pelo fanatismo e, sob qualquer aspecto que se tome esse sentimento noscivo, representa o desequilíbrio e consequente caos moral e intelectual. As paixões levedando na alma produzem a enzima do fanatismo e, este, transmuta tudo o que aprendemos nas melhores escolas que nos educaram a ser ponderados. É pois a temperança que, mesmo que tenhamos opinião própria sobre tal ou qual assunto, sugere respeitar a opinião alheia, jamais nos arvorando em possuidores da verdade única. O meio termo, tendo a opinião formada, é respeitar a opinião alheia, e isso é dever de consciência.

Precisamos da consciência dessas atitudes, principalmente agora, nos tempos que antecedem as eleições para repor representantes políticos nos mais altos postos da nação. As paixões partidárias não devem embotar o cérebro para que não façamos a escolha errada. Quem vai sofrer com esse nosso desequilíbrio moral somos nós mesmos, juntamente com a sociedade brasileira e a soberania da nossa Pátria.

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 27/03/2010
Reeditado em 29/03/2010
Código do texto: T2162898
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