O Amante Solitário

Preso em seus longínquos sonhos, ele era mais um adolescente vítima de seu impiedoso coração.

Vivia com a dor de um amor distante e não recíproco, mas não deixava que ela o consumisse ao ponto de fazê-lo perder a sanidade.

Perdia-se em fantasias de um dia conquistar a tão sonhada felicidade.

Caminhava só na estrada da vida.

Sentia a necessidade de expor seus sentimentos, tirar um peso de suas costas para que a sufocante dor não o fatigasse, mas não havia ninguém que o pudesse ouvir.

Em seu quarto, deitado em sua cama, ele podia ser ele mesmo; podia viajar na imaginação sem ser interrompido; sentia-se leve, ainda na tristeza ele conseguia encontrar motivos para sorrir. Em seu quarto contemplava seus maiores sonhos como em uma visão panorâmica.

Seu quarto não era o lugar onde ele se escondia mas o lugar onde ele podia rir, chorar, gritar, sofrer, cantar... e fazer o que ela mais gostava: sonhar.

Dedicava seu tempo a contemplar a harmonia da natureza.

Admirar o crepúsculo, assistir a apresentação das estrelas e da lua diante da escuridão infinita. Acordar bem cedo para acompanhar a aurora.

Ele amava a vida, ainda que não fosse completamente feliz. Amava a natureza e sentia-se parte dela.

Nunca deixava que a dor o dominasse por completo. A solidão não se revelava a ele como uma vilã que apenas tortura, ela se tornara sua companhia, enquanto muitos se preocupavam com razões próprias esquecendo que este jovem existia. Suas lágrimas não eram apenas consequências de um amor distante, mas eram também pela falta de amor entre as pessoas que o cercavam; a falta de compreensão; a falta de auxílio.

A cada dia suas esperanças se renovavam; esperava um dia ter a felicidade ao seu lado, ter certeza de ser amado, e ver as pessoas vivendo em paz e amor, como podia ver nos sonhos em seu quarto.

Enquanto seus sonhos não se realizavam, caminhava em sua estrada sendo quem ele era, um Amante Solitário.

Denis Batista Santos
Enviado por Denis Batista Santos em 26/03/2010
Código do texto: T2160133
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