Amigo é para essas coisas

Amigo é pra essas coisas

Certo dia uma limusine, cor preta, vidros escuros, modelo 99, estava na rodovia Belém- Brasília, quando o pneu fura, sai um homem de terno, logicamente o motorista, e com muita dificuldade consegue realizar a troca dos pneus, ao retornar ao carro, tenta funcioná-lo, o carro não funciona, então pára um caminhão, modelo antigo, velho, pintura acabada, pneus carecas, o caminhoneiro ao parar seu caminhão pergunta se queriam ajuda, o vidro de trás da limusine abaixa lentamente, e diz sim, o caminhoneiro desce e começa a empurrar a limusine, sozinho, quando começa a chover, ele continua empurrando, até que a limusine pegou a funcionar, ele chega perto da janela da limusine, um homem com a mão estendida segura duas notas de 100 dólares, o caminhoneiro diz:

“Guarde seu dinheiro, amigo é pra essas coisas.”

O vidro da limusine fecha e seguem viagem.

Dois anos mais tarde, na mesma rodovia, o mesmo caminhão sofre grave acidente, acontece que o motorista está em estado grave, na UTI de um hospital. Este ao acordar, se encontrava em uma suíte presidencial, já recuperado tratado em um hospital particular, após um mês de coma, ele desceu ao térreo preocupado com a conta, que ele jamais teria dinheiro para pagar, quando chega na recepção para tentar negociar a divida, a recepcionista diz que a conta estava paga, ele diz que tinha algo errado, ele aponta um senhor de terno e gravata bem na porta do hotel, e diz que ele pagou a conta, o caminhoneiro se dirigiu a ele, que disse o seguinte:

“Estás vendo aquele caminhão, Ford, 0 km, cor vermelha do outro lado da pista? Quero que manobre ele para mim, é que não tenho carta para dirigir.”

Ele tentou dizer algo, mas, o senhor não deixou, pediu que fosse logo, ele foi.

Ao entrar no caminhão, pendurado no volante havia uma, um envelope, com as chaves e um cartão, no cartão dizia “Amigo é para essas coisas” ele se virou, e o senhor havia sumido da porta do hotel...

Ademilson Pires de Miranda