CRÔNICA – O julgamento da morte da menina Isabella
Anna Carolina Oliveira (a mãe).É impressionante como os governantes deste país vivem batendo nos peitos dizendo que aqui se pratica a democracia em toda a sua extensão.
Coisa nenhuma minha gente. Fossem verdadeiras essas afirmativas, e ninguém é besta de engolir tais falácias, não se engessava o Congresso Nacional com a enxurrada de Medidas Provisórias em caráter de urgência, que sempre trancam a pauta de votações, especialmente quando se tem matéria importante para ser decidida.
Ninguém é trouxa. Todo mundo está cansado de saber que só se faz o que o INRI brasileiro deseja, e pronto. O aumento dos velhinhos aposentados, que se estende aos seus pensionistas, que estão há mais de dez anos sem receber o justo, o combinado, o contratado à época em que iniciaram suas atividades laborativas, está sem votação na Câmara dos Deputados, que segue a orientação governamental, porquanto seria muito prejudicial na eleição o veto que o Lula já prometera fazê-lo.
Pois bem, o Juiz que preside esse feito, isto é, o processo que julga o Alexandre Nardoni e sua companheira Anna Carolina Jatobá, possíveis matadores da menina Isabella, numa postura antidemocrática, proibiu que as possantes câmeras de televisão pudessem levar a todo o Brasil o desenrolar do julgamento. Não se sabe com medo do quê, mas em contrapartida permitiu que meia dúzia de prestigiados pudesse acompanhar, no recinto, as peripécias do promotor e da defesa.
Certo que autorizara o rodízio desses sortudos, que na maioria são estudantes da área do direito e profissionais também no ramo. Mas quem foi que disse que a constituição fala nisso? A lei é clara quando diz que o julgamento deve ser público, isto é com ampla publicidade, e essas pessoas não têm procuração da população brasileira para representá-la em tão famoso episódio.
Aqui não se trata de parlamentares, prefeitos, vereadores, etc. que recebem o voto direto do povo para por ele falar e defender seus direitos, embora aqui neste país esses sujeitos só façam o que de interessante for para si mesmos. O povo que vá pras cucuias. Prometem tudo na hora de implorar ou de comprar os votos, mas no exercício da função manda tudo pra ponte que caiu.
Engraçado é que tem gente que ali dentro está que opina tratar-se de uma copa do mundo, assim como que desmoralizando a instituição Júri, querendo dizer, no avaliar deles é mera sorte, jogo, quem ganha ninguém sabe, e desses elementos as autoridades deveriam se livrar, expulsá-los da sala do tribunal de Santana.
Seria nada demais que o magistrado mandasse, pelo menos, instalar um telão em vários locais e estados brasileiros, a fim de facilitar a que seus compatriotas pudessem acompanhar a sessão, que já vai entrar para o quinto dia? Claro que não, somente o apoio dos brasileiros receberia. Mas não daria preferência a essa ou aquela emissora de TV, porquanto tem o Canal da Justiça e o canal Brasil, além das TVs Universitárias para cobrir o evento.
De minha parte não vejo nem de longe como o advogado de defesa vai convencer o corpo de jurados que a menina fora assassinada por um “espírito” que entrou repentinamente no apartamento e jogara a garotinha linda pela janela, depois de fazer uma brecha naquela tela usada em quase todos as varandas desses imóveis a para proteger justamente as crianças; ou será que vai mudar de tática e dizer que fora a própria mãe dela que lá estava esperando justamente que chegasse para efetuar o crime; ou ainda que a garotinha com raiva desse um mergulho direto para a morte!
Esses seriam os únicos argmentos para salvar o casal, que deveria mofar na cadeia... Já que não existe a pena de morte por estas plagas, e eles sabem por que não a aprovam, pois os primeiros a visitá-la seria a corja de políticos sujos que manda nesta nação miserável, pobre de educação e de bons costumes, mas rica em bens do reino vegetal, animal e mineral.
Enquanto isso mandam retirar do recinto a mãe verdadeira da vítima, senhora Anna Carolina Oliveira, eis que estava chorando com todo o direito a perda da sua filhinha querida, ou seja, cercearam o direito ao choro, talvez para não angariar a simpatia dos jurados, coisa verdadeiramente absurda.
Nos Estados Unidos o maior julgamento de todos os tempos foi transmitido (do jogador O. J. Simpson, que começou em 26.09.1994 e durou 372 dias) para o mundo todo, isso numa lição de que nada se deve esconder do seu povo, mas os brasileiros, que sempre copiaram tudo dos americanos, não tiveram coragem de imitá-los nesse caso assombroso, não se sabendo exatamente por quais motivos... teria sido por falta de competência? Por medo de reação no caso de absolvição dos réus? Duvidando de que o nosso policiamento não pudesse conter as manifestações públicas em caso desses até agora assassinos serem soltos? Ficam aqui as perguntas que não querem calar.
Ainda há tempo doutor juiz de rever sua decisão, pois nunca é tarde para se arrepender.
Fico por aqui.
Um abraço
Sem correção.