A arte de persuadir pelas palavras. Existe.

Me sinto como um animal preso, acuado, sem ter para onde fugir, se esconder; para quê gritar? Ninguém ouve, ninguém se importa. É como se cada olhar, cada palavra, fosse um sinal, um aviso para o final. Como se a qualquer momento fosse explodir uma bomba destruindo os últimos vestígios de dignidade, de paz. Não temos para onde correr, para onde ir e aguentaremos até o fim, até o dia da sonhada detruição, porque evaporar talvez já não seja a solução, ficaremos fortes para vermos tudo acabar, tudo desmoronar, enterrar as pessoas queridas , nossas crianças morrerão, nossos pais voltarão a colheita e flores ainda nascerão.Lutaremos tanto, como bons gladiadores que somos, até nossas mãos sangrarem, e no final, perderemos tudo, e nada mais fará sentido. E é assim que tem que ser..Até onde aguentaremos? Até quando conseguiremos fingir que está tudo bem? Até quando? É o princípio do fim. E o maquinal, se torna vital. Linhito somos, linhito seremos.

Lorrayne Brito Lispector
Enviado por Lorrayne Brito Lispector em 25/03/2010
Código do texto: T2158383
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