DE VOLTA A PORTO FERREIRA
DE VOLTA PARA PORTO FERREIRA
I
Fui pra São Paulo,
Visitar e rever familiares,
Ouvi um estouro que baita estalo,
Vi todo mundo trancafiado nos lares.
II
Ia pegar o buzão,
Cheguei a entrar dentro dele,
Ai apareceu um gurizão,
Apontando arma pra ele.
III
O motorista e o cobrador,
Traumatizado falou,
Desce pessoal com muito temor,
E aí a capital de São Paulo parou.
IV
Morre mais gente aqui,
Do que na guerra do Iraque,
No zoológico até fugiu um sagui,
Pra viver em São Paulo só virando Mandraque.
V
Os menestréis também são expurgados,
Razão de ver que outros não enxergam,
Nessa guerra os jornalistas são exterminados,
Três macaquinhos que envergam.
VI
Não é só em São Paulo,
A insegurança é em todo Brasil,
Medo, pânico, horror, disparo,
Bala perdida, quantas mortes mais de mil.
VII
A juventude está sendo mal conduzida,
Obedecem ao comando nos celulares,
Que tens medo e são induzidas,
A praticar crimes e atos tão vulgares.
VIII
Vou pegar o buzão,
Táxi, Subúrbio, Metrô,
Eu acho que não,
Vou vortar pro interiô.
IX
Lá também a coisa tá feia
Tem muita gente boa
Mas tem bandido que nos rodeia,
Ai que saudades que eu tenho da garoa.
X
O mau exemplo vem de cima,
Maracutaia - enganação - corrupção,
Demagogia - besterol - propina,
Assim é nosso Brasil nosso rincão.
XI
O dia D vai chegar,
Sistema meia-meia-meia.
A vassoura irá limpar,
O rabo de palha sem brincadeira.
XII
Ao mestre Raul - Viva,
Nunca quis ser prefeito,
Sociedade Alternativa,
Tem algum perfeito.
XIII
Se eu tivesse muito dinheiro,
Pegaria um avião foguete,
Mudava pro estrangeiro,
Livrar-me-ia da turma que faz joguete.
XIV
Nesta história de atentados,
Tem dedo político? Isso tem!
Estamos todos desorientados,
Só peço a Deus que nos orientem.
XV
Assim como morre o índio em sua taba,
O mendigo maltrapilho na calçada,
Crianças esfomeadas,
E a fé no peito das almas escravizadas.
Que Deus nos livre do mau amém...