O CORAÇÃO NÃO ESQUECE
Originária da geração de 60, vi a tecnologia avançar extraordinariamente nesses 40 anos. Do tempo em que, para eternizar momentos, só existiam as fotos ou as fitas K-7, pulamos para vídeos super avançados. Foi um salto tecnológico imenso! O mundo viveu décadas morosas em inovações até os anos 60. A partir daí, as coisas aconteceram num crescendo vertiginoso, de tal forma que, hoje, olhando para trás, parece outra vida. E dizer que a gente vibrava com as primeiras fotografias coloridas! Se emocionava com os "toca-discos", aqueles pratos enormes, rodando um disco que mais parecia uma bandeja, os "famosos" LPs! Gravava mensagens para o namorado nas fitas K-7 e como era romântico e avançado! Quando surgiram aqueles "disquinhos" de quatro músicas, duas de cada lado, então! Nem lembro o nome deles!
Hoje, mexendo no Youtub, me extasiei, como sempre que faço isso, ao rever gravações de cantores que, há muito tempo, já não estão entre nós. E vivem, ali na telinha, passando as mesmas emoções da minha adolescência. Ouvi e revi Antônio Marcos, com suas letras sensíveis, que retratavam a complexidade humana. "Sonho de um Palhaço" me fez virem lágrimas aos olhos... Revi os Beatles no seu início. E as carinhas jovens do quarteto de Liverpool me levaram aos 15 anos! Éramos todos adolescentes, fãs e ídolos!
Dizem que cada pessoa julga sua época juvenil como a melhor, a mais bonita. Não sei se isto é fato. Só sei que tenho orgulho dos anos 60, 70 e 80, quando vivi intensamente, sonhando e crescendo junto com compositores e cantores maravilhosos, que dignificaram a música nessas três décadas. Muitos dos meus ídolos já partiram para outro plano. Muitos aí estão. E, apesar de toda a tecnologia, eu não abro mão das cabeças da minha geração. Mentes privilegiadas que fizeram letras críticas e reflexivas. Não abro mão do bom gosto musical da minha juventude. Meu ídolo maior está aí, firme nas paradas, com músicas que ainda encantam seus fãs fiéis. E é com o nome dele que encerro esta crônica, lembrando e homenageando os ídolos que fizeram meu crescimento ser mais suave: Roberto Carlos, o eterno Rei!