ZÉ MANÉ

Era um dia de sábado, a feira estava cheia de gente por todo lado, meninos com carrinhos de mão para fazer frete, feirantes gritando e ofertando seus produtos, o sol já esquentando, e, claro, eles: uma patotinha de bêbados bebendo pinga com limão na esquina suja... até que Zé encontra Mané começando assim uma prosa:

- Olá Mané, como vai, tudo bem?

- Sim, cumpade Zé. E ocê?

- Também. Mas rapá, assistisse o jornal essa noite?

- Não. Por quê?

- Mané, ocê acredita que aquela ruma de preso na cadeia, depois de ter roubado, matado, estuprado e o diabo a quatro, estavam reclamando da cadeia lotada e fedorenta. Por mim, deus que me perdoe se eu estiver pecando, para aquele tipo de gente, lá não passa de um hotel cinco estrelas. Não tenho pena nenhuma deles.

- É né, Zé...? Engraçado... outubro tá chegando e a gente, já, já, sai de casa pra ir votar num ladrão! Pior, cumpade, ele tá lá de rabo pro ar bebendo cerveja na praia e você aqui vendendo banana e ganhando abacaxi!