Descontentamento
Recentemente, conversando com uma amiga dos tempos de escola, eu dizia que o mundo era dos jovens, a moda era dos jovens, a música era para os jovens, os filmes, os programas de TV, as gírias e todos os outros modernismos voltados à informática, etc, etc,... Era tudo para os jovens. Ela discordou veementemente! -“Não cedo o meu espaço para ninguém, nem para os meus filhos.” Isso me fez lembrar uma cena do filme As Pontes de Madison, onde a família chega da rua cheia de novidades para contar a mãe, que estava só e ouvindo seu radinho na cozinha enquanto trabalhava e a primeira coisa que a filha adolescente faz é mudar de estação o tal rádio e a atriz dá uma olhada resignada para a atitude dela. É assim que damos espaço e nem sentimos, ou sentimos e nos ressentimos por sermos obrigados a agir assim. Se isso vale também, é mais um motivo para que meus filhos fiquem por lá e não passem por isso, aqui.
Quantas vezes dizemos “ainda bem que Fulano já morreu e não teve o desgosto de ver seu filho passar por isso, ou praticar isso”. Porque o contrário é tabu? “Ainda bem que meu filho não nasceu para não precisar passar por isso.” Já pensou quantas mães durante a guerra desejou não ter posto filhos no mundo?
Não vale só para a guerra, é apenas uma retórica mais forte.
As realizações das pessoas se baseiam nas “normas” da sociedade e essa mesma sociedade não nos pergunta o que é melhor para nós. Os outros querem saber por que ainda não chegaram as crianças como se isso fosse uma ação obrigatória e impossível de ser contornada. É fatalidade! ! ! - Casar-Ter filhos. Quando poremos um fim nisso?