CASINHA PEQUENINHA
Ela era tão pequena que cabia inteirinha, na palma da minha mão.
Só tinha uma janela, pintada da cor do céu, onde o sol bem cedinho, vinha me acordar.
Tinha também uma portinha, pintada de branco, para homenagear a lua passar.
Não tinha trancas nem fechaduras e quem viesse me visitar era só bater , pois a saudade deixava-os passar.
Tinha uma pequeninha varanda e um vaso de orquídeas plantado, que florescendo na primavera, acalentava a saudade, tirando a tristeza de lá.
Havia um majestoso coqueiro, que quando o vento balançava seus galhos, parecia que se ouviam serenatas ao luar.
Essa era a minha linda casinha, na encosta da montanha, que de tão pequeninha, cabia inteirinha na palma da minha mão e dentro do meu coração.
Ainda sinto saudades da minha doce infância, dos sonhos que eu tinha, da aurora da minha vida, que os anos não trazem mais.
Curitiba,21/3/2010