Sábado no parque...

Sábado no parque...

Em páginas de cidade grande...

Uma sábado qualquer numa cidade que não é qualquer cidade, é capital de estado, uma cidade ímpar, de um clima favorecido, de um povo excêntrico,... É como estar na Europa dado as suas condições somadas em miscigenação e clima, mas não em algumas atitudes... São por assim dizer um tanto secos em seus relacionamentos a estranhos...

O jovem senhor passeava com a filha pequena enquanto a mãe estava no trabalho naquela tarde de sábado, a menina tem um tipo lindo de miudez agigantada de uma pele de pêssego extremamente bela, com seus cabelos cacheados parecidos com a mãe, mulher de olhar humilde e forte, que sabe acrescentar vida através desta esperança incontida...

Entraram no parque, o chamado Passeio Público, que no seu auge foi o centro de encontro e visitação, antes do Zoológico da cidade entrar em funcionamento, agora além de poucos animais encontrava-se os perdidos, homens sentados nos bancos à espera de alguma coisa que lhes complete o vazio, têm o olhar longe, deixados talvez nas oportunidades desperdiçadas ou nas escolhas erradas que fizeram...

Algumas mulheres salpicavam aqui e ali perto dos portões e entre os corredores de alambrados que seguravam os pequenos prisioneiros do homem: araras, em duas polaridades específicas ou acima do peso ou magras demais, vestiam suas mini saias e trajes apertados com uma bolsa pequena de alça sob o sovaco com mancha de desodorante comum a marcar em nódoa visível em toda a região na asa e do abano...

Não raro mais é ver os travestis, pobres na verdade que ali fazem ponto, utilizando-se dos banheiros para seus rápidos programas na imundície fétida daqueles corredores que os transeuntes familiares evitam entrar, fazem um escarcéu quando uma ou outra criança quer se utilizar do banheiro cria a polvorosa entre quem e como levar... E não raro também ver o travesti sair de lá se ajeitando em seus trejeitos tão típicos e seguir diretamente ao bebedouro para enxaguar a boca... E com o olhar já flertar com o próximo...

__Tudo ok?

__Se você chupar esta balinha eu te sigo...

E novamente faz o caminho para dentro e ainda na porta encontra o cliente anterior que sai coçando suas partes e mesmo o jovem travesti lhe oferecendo um sorriso vira o rosto como se não reconhecesse tampouco aqueles lábios que nele estiveram...

Dado coisa de minuto e meio um homem passa correndo esbarrando em tudo, o pai da menininha entra na frente dela para que o corredor em fuga não a atinja se vir para o seu lado e ela inocente fala com os papagaios e araras totalmente entretida na sua viagem... Outro com o nariz sangrando vem em seguida aos gritos e mesmo na distância de metros joga-se sobre o corpo correndo e os dois corpos rolam ao chão e entre os sopapos, puxões, e tentativas de soco, o nariz de antes sangra mais e o outro tem a mão toda esfolada que verte o líquido de vermelho vivo, três mulheres se misturam aos gritos, uma pede para acudirem seu homem, a outra para que o agressor os deixe em paz e a terceira clama por uma pessoinha de cabelos espetados em tranças amarradas com retalhos coloridos em sua roupa toda rosa pink forte, a menina pequena desgarrada era levada pela curiosidade ao meio daquela barbárie nitidamente os quatro envolvidos estavam fora do equilíbrio normal, próximo dali o posto policial e pouco antes quando por lá passaram o grupo de cinco ou seis estavam à volta de uma TV discutindo de quanto seria o jogo daquela tarde que começaria em pouco... Nenhum movimento de lá... O homem apanhou a mão de sua pequena e foi distanciando-se ao que pode daquela cena deplorável...

O álcool por si já é alto risco e de perda moral incontestável e associado a outras drogas a tendência é potencializar esta queda moral, desinibir conceitos e causar tragédias... Comum acordar-se depois e dizer: Não sabia o que fazia... Não sabia depois de beber ou drogar-se, mas tinha consciência de que se o fizesse poderia acontecer qualquer coisa...

Passados aqueles instantes depois de divertirem-se no pedalinho caríssimo por se tratar do tempo reduzido em vinte minutos e o nada a ver e fazer com água dentro e com pedais guinchando pela falta de manutenção, onde alguns meninos se agrupavam para pedalas em sua euforia de idade onde todos os experimentos são possíveis até mesmo se colocar ou a outros em perigo. Saíram pelos portões antigos e foram para a praça dos gigantes de pedra, o homem em pé e a mulher sentada em sua pose sexy, fazendo lembrar uma das figuras de Tarsila do Amaral, no caminho mesmo a pequena ainda em seus quaro anos servia de ouvinte e ele lhe contava nas vezes que ali estivera com seus pais há muito tempo e depois com suas irmãs mais velhas e até mesmo com ela e que ela não guardara tais lembranças por ser muito nova... Como se não fosse no agora...

Estivera ali, num tempo que crianças eram crianças e viviam em seus mundos de crianças, homens tinham caráter e sabiam prezar seus valores morais e éticos e mulheres eram referencias de família, a prostituição eram em lugares para isso não como forma de agressão aos seus coirmãos de sociedade, onde os meninos que gostavam de meninos continuavam gostando de meninos mas não queriam se vestir de meninas... Parecia longínquo esses dias, mas não eram dias tão distantes assim...