OS FILHOS SÃO PARA O MUNDO
Acredito que um dos ditados populares mais corretos – se formos analisar calmamente – é aquele que diz: “criamos nossos filhos para o mundo”. É verdade. Eles, os filhos, crescem e vão à busca de suas glórias, dos seus sonhos, dos seus amanhãs. E nós, os pais, por mais que queiramos fazer alguma coisa para dissuadi-los – de uma ou outra coisa –, mostrar-lhes que o tempo ainda não está pronto para recebê-los, somos impotentes diante de seus argumentos incisivos, categóricos, quase que completos, pelo menos, na teoria.
Hoje em dia, mais que nos tempos passados, a juventude está cada vez saindo mais cedo das casas de seus pais. É claro que os motivos são inúmeros: estudar em boas universidades, uma colocação no mercado de trabalho ou, até mesmo, a preparação para as duas coisas. O certo é que justificativas não faltam para eles porem o pé na estrada e, aos trancos e barrancos (na maioria das vezes), encontrarem os seus lugares ao sol.
Outro dia, eu estava conversando com um colega de trabalho e ele me falou sobre a decisão de sua filha de largar tudo e se dedicar à vida missionária. A mesma coisa me falou outra colega, desta vez, com relação ao filho que deixou tudo – a casa dos pais, emprego, a faculdade de engenharia – e foi estudar para ser Pastor. Aliás, na rua em que eu moro, mais de duas famílias choram a partida de seus filhos, todos, para tal missão evangelizadora.
Este fenômeno, se nós formos observar, não é por acaso. Nós, os pais, diante do mundo que se desenha para nossos filhos – cheio de violência, de drogas e promiscuidade – tomamos a liberdade de protegê-los. E nada melhor para isso que inseri-los na vida religiosa, fazendo-os participar, desde cedo, da Igreja ou Assembléia de nossa Comunidade, para adubar a fé e praticar as boas ações. O resultado disto é a vocação que se apresenta para eles (uma boa parcela), depois de um determinado período.
Aí, os pais, diante desta realidade – quando eles, os filhos, dizem que vão seguir a vida missionária – se assustam e tentam impedi-los de seguirem aquilo que eles, os pais, incentivaram e, de certa forma, induziram (com medo de eles se desviarem do caminho certo) – os filhos a seguirem. Não entendem, por exemplo, porque os filhos estão deixando uma carreira universitária de futuro promissor, ou até mesmo um bom emprego, para viverem a experiência dos apóstolos de Cristo.
Fácil de entender. Nós, os pais, sempre achamos que nossos filhos não crescem, não pensam, não sabem o que querem. E, por isso, quando eles nos comunicam de seus projetos, custamos a aceitar que eles já pensam, sabem o que querem e, principalmente, estão perfeitamente aptos para enfrentarem as mazelas do mundo.
Eu não fico atrás. Sempre tentei proteger os meus de quaisquer intempéries. Como todo pai, procurei arrancar o mato da beira da estrada do caminhar de cada um deles, aconselhei-os, tentei desviá-los daquilo que, quando jovem, eu caí inúmeras vezes, enfim, abri as asas para abrigá-los, socorrê-los e isolá-los de tudo que não fosse bom para cada um deles. Adiantou, com certeza. Mas, em nenhum momento, eu os privei da opinião própria, de seus argumentos, de seus sonhos.
O resultado disso foi a ida da minha filha para outro Estado. Hoje, já formada, trabalhando na profissão que escolheu, amadureceu e já começa a pensar como eu pensava – quando a aconselhava e ela me rebatia. É o ciclo da vida.
Agora, foi o mais novo. Este ano ele “inventou” de trilhar seu caminho sem a companhia dos pais. Não foi ser missionário, mas quis “quebrar a cara” por ele mesmo. Não o impedi. A mãe chora. Eu, como pai, de vez em quando, me recordo dele criança e me espanto com as coisas que ele já faz sozinho, sem errar.
Como os outros pais, só me resta torcer, orar e lutar, de longe, pelo sucesso deles. E, assim como todos os pais, lembrá-los de que, como na parábola, “o bom filho a casa retorna”. E os pais? Eles sempre estarão de braços abertos. Sempre.
Obs. Minha filha, jornalista, representando a Emater da Paraíba num Congresso em Brasília.
Acredito que um dos ditados populares mais corretos – se formos analisar calmamente – é aquele que diz: “criamos nossos filhos para o mundo”. É verdade. Eles, os filhos, crescem e vão à busca de suas glórias, dos seus sonhos, dos seus amanhãs. E nós, os pais, por mais que queiramos fazer alguma coisa para dissuadi-los – de uma ou outra coisa –, mostrar-lhes que o tempo ainda não está pronto para recebê-los, somos impotentes diante de seus argumentos incisivos, categóricos, quase que completos, pelo menos, na teoria.
Hoje em dia, mais que nos tempos passados, a juventude está cada vez saindo mais cedo das casas de seus pais. É claro que os motivos são inúmeros: estudar em boas universidades, uma colocação no mercado de trabalho ou, até mesmo, a preparação para as duas coisas. O certo é que justificativas não faltam para eles porem o pé na estrada e, aos trancos e barrancos (na maioria das vezes), encontrarem os seus lugares ao sol.
Outro dia, eu estava conversando com um colega de trabalho e ele me falou sobre a decisão de sua filha de largar tudo e se dedicar à vida missionária. A mesma coisa me falou outra colega, desta vez, com relação ao filho que deixou tudo – a casa dos pais, emprego, a faculdade de engenharia – e foi estudar para ser Pastor. Aliás, na rua em que eu moro, mais de duas famílias choram a partida de seus filhos, todos, para tal missão evangelizadora.
Este fenômeno, se nós formos observar, não é por acaso. Nós, os pais, diante do mundo que se desenha para nossos filhos – cheio de violência, de drogas e promiscuidade – tomamos a liberdade de protegê-los. E nada melhor para isso que inseri-los na vida religiosa, fazendo-os participar, desde cedo, da Igreja ou Assembléia de nossa Comunidade, para adubar a fé e praticar as boas ações. O resultado disto é a vocação que se apresenta para eles (uma boa parcela), depois de um determinado período.
Aí, os pais, diante desta realidade – quando eles, os filhos, dizem que vão seguir a vida missionária – se assustam e tentam impedi-los de seguirem aquilo que eles, os pais, incentivaram e, de certa forma, induziram (com medo de eles se desviarem do caminho certo) – os filhos a seguirem. Não entendem, por exemplo, porque os filhos estão deixando uma carreira universitária de futuro promissor, ou até mesmo um bom emprego, para viverem a experiência dos apóstolos de Cristo.
Fácil de entender. Nós, os pais, sempre achamos que nossos filhos não crescem, não pensam, não sabem o que querem. E, por isso, quando eles nos comunicam de seus projetos, custamos a aceitar que eles já pensam, sabem o que querem e, principalmente, estão perfeitamente aptos para enfrentarem as mazelas do mundo.
Eu não fico atrás. Sempre tentei proteger os meus de quaisquer intempéries. Como todo pai, procurei arrancar o mato da beira da estrada do caminhar de cada um deles, aconselhei-os, tentei desviá-los daquilo que, quando jovem, eu caí inúmeras vezes, enfim, abri as asas para abrigá-los, socorrê-los e isolá-los de tudo que não fosse bom para cada um deles. Adiantou, com certeza. Mas, em nenhum momento, eu os privei da opinião própria, de seus argumentos, de seus sonhos.
O resultado disso foi a ida da minha filha para outro Estado. Hoje, já formada, trabalhando na profissão que escolheu, amadureceu e já começa a pensar como eu pensava – quando a aconselhava e ela me rebatia. É o ciclo da vida.
Agora, foi o mais novo. Este ano ele “inventou” de trilhar seu caminho sem a companhia dos pais. Não foi ser missionário, mas quis “quebrar a cara” por ele mesmo. Não o impedi. A mãe chora. Eu, como pai, de vez em quando, me recordo dele criança e me espanto com as coisas que ele já faz sozinho, sem errar.
Como os outros pais, só me resta torcer, orar e lutar, de longe, pelo sucesso deles. E, assim como todos os pais, lembrá-los de que, como na parábola, “o bom filho a casa retorna”. E os pais? Eles sempre estarão de braços abertos. Sempre.
Obs. Minha filha, jornalista, representando a Emater da Paraíba num Congresso em Brasília.