Sexo Causal e Casual
Sexo causal e casual.
A causalidade, se entendida bem, será uma espécie de ordenamento natural dos acontecimentos mundanos. Em outras palavras, nada mais é do que uma sequência coerente de acontecimentos, sendo um sempre a causa do outro. O efeito, isto é, o resultado de uma causa anterior (não necessariamente temporalmente), difere radicalmente de sua causa, por isso mesmo não se pode pretender conhecer um tão-só pelo surgimento do outro, ou vice e versa.
A casualidade, por outro lado, pode ser vista como uma sequência não-necessária de acontecimentos, podendo ou não seguir uma ordem natural. A casualidade, então, define-se como sendo uma espécie de desorganização da cadeia causal que seria, esta sim, muito bem ordenada. O sexo, pelo menos na vida de alguns indivíduos (me incluo dentro dessa categoria), é sempre casual, já que não segue àquela ordem antes debatida. Casual porquanto não é necessário, e às vezes até vai contra as expectativas da natureza; isto é, tinha tudo para que não acontecesse.
O problema, penso eu, é quando se misturam essas duas correntes em uma só, o que seria à primeira vista paradoxal. O sexo casual, quando também é causal, gera uma série de determinadas aporias com as quais sabe-se lá quem está pronto para lidar. Quando a ordem natural das coisas é, por assim dizer, dobrada, o resultado disso certamente não será o dos melhores. O indivíduo, novamente me vejo nesse horizonte conceitual, que consegue burlar as imposições naturais lhe conferidas está incorrendo em grave erro, e deste erro surgem as mais bizarras conseqüências. Nada mais justo, do ponto de vista da natureza, gerar um equívoco por outro, um produto não-natural de um segmento de acontecimentos igualmente não-natural. Agora, pois, sabemos de onde surgem figuras como Sarney, Serra, Nero, Malluf e etc. Foram, certamente, frutos gerados sob o prisma do desrespeito à ordem natural e por isso mesmo continuam, com grande insistência, a agir de modo constrangedor, corrupto e despótico.