DO EXISTENCIALISMO DE SARTRE, SEGUNDO O FILÓSOFO RUBEM QUEIROZ.
 
 
 

O “Ser e o Nada” é uma obra de Jean Paul Sartre, considerada a obra fundamental de sua teoria Existencialista.
 
No sentido etimológico da palavra o que vem a ser Existencialismo? Assim é  dito: “é sair de”. Sartre tem uma explicação para tal e a deu em “A náusea”, diz ele: eu me sinto triste, mas tomar consciência de meu desgosto é colocá-lo como um objeto a distância de mim. Pois o eu que diz “estou triste”  não é mais, de modo algum, o eu que está triste. Assim o homem está por sua consciência, sempre além de si mesmo. Daí o sentido de “ex-istencialismo”.
 
O filósofo Rubem Queiroz Cobra em artigo publicado , afirma que o principal postulado do existencialismo sartreano é que não há afirmações gerais verdadeiras sobre o que os homens devem ser. Sartre leva esse indeterminismo às suas mais radicais conseqüências, nega que haja uma natureza humana: não existe  nenhuma coisa como essência especifica que defina o que seja ser humano . O que vai de encontro ao pensamento de Aristóteles e dos filósofos gregos, que entendiam que a essência do ser humano é ser racional. Sartre justifica a sua teoria por acreditar que a pessoa é quem deve produzir sua própria essência, uma vez que desconhece a existência de Deus e Lhe nega a criação dos seres humanos de  acordo com um conceito, um projeto divino definido, afirmando que “você é o que você faz de você mesmo”.
 
Também é afirmado por Sartre, conforme análise do filósofo Rubem Queiroz, já citado, que somos responsáveis por nossas emoções, visto que há maneiras que escolhemos para reagir frente ao mundo. Somos responsáveis pelos traços duradouros da nossa própria personalidade. Não podemos dizer “sou tímido”, como isto fosse um fato imutável, uma vez que a nossa timidez representa a forma como agimos, e que podemos escolher agir diferentemente. Enfim, nossos atos nos definem, Na vida, o homem se compromete, desenha seu próprio retrato e não há mais nada senão esse retrato. Contudo, cada ato contribui para nos definir como somos, e em qualquer momento podemos começar a agir de modo diferente e desenhar um retrato diferente de nós mesmos, pois temos o poder de nos transformar indefinidamente.
 
Não compartilho do pensamento existencialista ateu de Sartre. Sou agnóstica, ainda me debato na crença ou não da existência de Deus, ainda não sei ao certo se fomos jogados de fato na existência sem nenhuma razão real de ser, se “simplesmente descobrimos que existimos e temos então de decidir o que fazer de nós mesmos”.
 
(Texto calcado em cima de um artigo publicado via Internet por Rubem Queiroz Cobra – Doutor em Geologia e bacharel em Filosofia)
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 19/03/2010
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