PEDÓFILOS.......................

Sou católico, apostólico, romano, entenda-se a titulação da crença como instituída de forma originária. Não sou e nunca seria fundamentalista, leia-se radical, em nada.

A Igreja, como instituição, foi criada pelo homem,conhecendo-se sua história que assim se põe aos nosso olhos, ainda que com o ordenamento a Pedro para que sobre a pedra fosse erguida um eco da pregação do Filho de Deus, o mais sagrado dos homens. São Paulo, excepcional advogado e intelectual, deu os contornos especiais e fundamentais da grande instituição que alargou seus braços sobre o tempo.

São conhecidos os grandes desvios dos homens que integraram a Igreja nas épocas priscas; compreende-se a luxúria que campeava, a política e a dominação; o poder temporal assim estimulava.

Em nossos dias, contudo, fazer escola como se infere dos números a pedofilia, nos preceptores da igreja, é puro escárnio, repulsivo e asqueroso.

Homens que votam pela pobreza, pela absoluta humildade, pela castidade ( do que discordo em minha pequena ótica como dogma secular, entendendo dever ser abolido o celibato, não pregado por Cristo e não integrante mesmo do antigo testamento) e desviam de seus votos da maneira mais indecente sob aspecto humano, manchando a inocência de uma criança, é das mais hediondas covardias existentes.

Todo ato definido na lei como crime não punido exemplarmente, paradigmaticamente, como vem ocorrendo no Brasil, incentiva o aumento da conduta criminosa. É o que ocorreu com a pedofilia no seio da igreja por falta de punição e um certo acobertamento para não expor o féleo sabor de entranhas viciadas no desprezível hábito.

Isso faz com que, ineditamente, o primeiro dignitário da Igreja lance documento papal sobre o tema, após antecessores pedirem desculpas papais e gastarem fortunas com indenizações.

Onde se encontra a raiz da ausência de punição e do alastramento da conduta criminosa? Na própria lei interna da igreja que não ponho em cheque, apenas considero, já que devem responder pelos atos provados perante a lei comum que obriga a todos os pedófilos, sacerdotes ou não.

Corporativamente, o Código Canônico, trata os “clérigos de conduta gravemente escandalosa ( como os pedófilos)”, palavras da lei, de maneira benévola, afirmando em seu cânone 2300, que “se depois de admoestado não reforma sua conduta nem é possível de outro modo evitar o escândalo, pode entretanto ser privado do direito a vestir o traje esclesiástico”. Pergunta-se: SÓ ISSO???

Não vamos considerar o Código Canônico em suas especificidades, complexo e de exegese dogmática especialíssima. A Igreja em sua secularidade e seus dogmas, são absolutamente respeitáveis, embora possamos divergir como seres inteligentes, mas o mundo avançou.

Se aos executores do aborto em termos legais canônicos, sentenciou a excomunhão, uma pena espiritual diante do Código Canônico, fortíssima e severa, qual a razão de pena tão leve para os de conduta grave que integram o “Corpo da Santa Igreja”?

Chama o Código de “anátema” a pena de excomunhão. Semanticamente anátema é uma marca, um estigma. Não seriam as vítimas da pedofilia, inocentes crianças, como se vê, ouve-se e testemunha-se, os maiores estigmatizados?

Já assisti documentário na TV em que pedófilo-sacerdote fala de suas práticas cinicamente, dizendo-se atraído sexualmente por crianças, tendo arrastado famílias e os molestados, já adultos estes, para o sofrimento de processos desencadeados.

A excomunhão era o mínimo que mereceria como punição quem fez sagrados votos para conduzir o povo de Deus e ao invés molesta, estigmatiza, macula e corrompe o ser mais limpo que pisa este planeta; a criança.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 18/03/2010
Reeditado em 18/03/2010
Código do texto: T2145255
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