O PENSAR ME DÓI E O SONHO NÃO ME ANIMO A TER

 

 

Lucrécio  que me desculpe, mas estou fechando o seu livro. Contudo, vos afirmo que entendi a metamorfose por que tudo passa e que segundo você, se resume no seguinte: “logo que uma coisa qualquer muda da maneira de ser, disso resulta imediatamente a morte do que ela era antes”. Dito isto, prezado Lucrécio imagino que hoje, decididamente, não é o meu dia, posso até plagiar Fernando Pessoa e dizer que   a leitura está me cansando, o pensar me dói, o sonho não me animo a ter e de repente é tudo tão igual...

Ai, ai, ai...Se é pra ter dó de mim estou começando a sentir, o que me leva a querer a puxar conversa comigo mesma. Ah, deixa de ser dramática! - alguém já me disse isso e até me perguntou se eu pularia de uma montanha junto com uma garrafa de vinho, claro que eu disse que não pularia,nem que fosse com uma garrafa de Château  Lafite 1787 , mas pedi respeito pelo meu romantismo –

E nessa conversa de eu comigo,  diria que neste momento  entre a melancolia e o tédio a vida oscila, só não estou sabendo como fugir, como me libertar, já que possuo um espírito obtuso que me arrasta sempre a fonte do desencanto sem nunca preencher o vazio interior...

Acho que deveria dizer mais alguma coisa pra fechar, mas não estou conseguindo achar as palavras e já passa da meia noite... Cadê a Milla querida pra ajudar?

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 17/03/2010
Reeditado em 17/03/2010
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