O AMOR NÃO TEM IDADE

Sinceramente, quando passou pela minha mente a vontade escrever algo para a posteridade sobre esse bonito casal de idosos, já pensei logo como não iniciar essa crônica com o famoso clichê: “O AMOR NÃO TEM IDADE!”. Tudo bem, mas parece que só pra contrariar, comecei o parágrafo, mas resolvi logo colocá-lo como título. Não tive outra opção. E vamos ao que interessa.

Afinal, só mesmo quem teve ou tem o prazer de conhecer o simples casal a quem me refiro e dedico o que agora escrevo é quem concordará comigo em número, gênero e grau, creio eu. Caso contrário, também não ficarei chateado. Pensando bem, a dupla que está agora na berlinda, é um protótipo de um convivência longeva e tranquila e por que não dizer, feliz? Sim, quando aquele casal passa passa pelo meu local de trabalho, nem que seja só para cumprimentar, não importa o tempo que fizer, ou seja, ou chovendo ou fazendo sol, frio ou calor, o que é interessante é que jamais se ouve sair da boca de um deles algum tipo de reclamação, comentário supérfluo ou pessimista sobre algum assunto, o que é peculiar às pessoas vazias.

O importante mesmo para esse casal é saber levar a vida e ser levado por ela, como bem interpretou num bonito samba o famoso Zeca Pagodinho. É um exemplo bonito e que deveria ser seguido por outras pessoas. Então é isso aí: é difícil mas ainda existe gente que sabe viver bem tranquilamente, transmitindo uma paz, um amor autêntico, apesar dos vários contratempos e vicissitudes desse mundo de meu Deus. Dá muito gosto, muito prazer de cumprimentar um casal de idosos assim, que caminha paulatinamente, ora de mãos dadas, ora abraçados, como se fossem recém-casados. É verdade que aquela faceta importante do amor carnal, o tempo se encarregou de levar com ele aquela libido, substituindo por uma linda sublimação, o que não os impede de nenhuma outra forma de carinho. Portanto, o imprescindível é que o amálgama ou a parte mais importante do seu alicerce, está ali estruturado e revelado pelo gesto daquele casal e, mormente, pela suavidade que transmitida por seu semblantes, apesar de castigados pelo tempo, trazem aquilo que poucas pessoas são capazes de transmitir: estou falando do PRAZER DE VIVER SEM MEDO DE SER FELIZ!

João Bosco de Andrade Araújo

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JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 14/03/2010
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