Em boca fechada...
mosquito não entra.
Jornais em Lavras estão se posicionando contra ou a favor da construção de um novo presídio na cidade, procurando influenciar a população.
Tenho opinião própria a respeito e se vou enunciá-la é apenas para que compreendam a minha posição frente ao tema principal desse artigo, que logo ficará claro.
A minha opinião é filosófica, não política.
Por que filosófica? Explicando: vivemos em sociedade. A vida em sociedade fez com que fosse necessário estabelecer regras de boa convivência. Algumas dessas regras são morais, ou seja, baseadas nos costumes. Para essas regras não precisamos de leis escritas. Mas alguns homens desrespeitam os direitos básicos dos outros. Para isso foram estabelecidas leis que, não cumpridas, geram penalidades. As pessoas que burlam essas leis de convivência são criminosas e são punidas com a falta de liberdade: a exclusão do meio social. Eles necessitam ficar presos, isolados do convívio social. Para ver se aprendem alguma coisa, o que é duvidoso. É para isso que existem os presídios, cadeias, ou penitenciárias, para segregá-los. Não vamos tampar o sol com a peneira – criminosos estão aí por toda parte, em cidades grandes ou pequenas. Se existem criminosos é necessário que existam locais para abrigá-los. Ora, onde vamos colocar os nossos criminosos se não tivermos lugar adequado para colocá-los? Deixá-los soltos? Já não bastam os que a lei não consegue alcançar? Então está bem claro – nada tenho contra a construção de presídios em qualquer lugar que se decida construí-los desde que sejam preservadas as condições de segurança dos cidadãos livres.
Esse esclarecimento é para explicar o teor do meu artigo – estou com um dos três jornais lavrenses aqui do meu lado. Exatamente um jornal que, como eu, não é contra a construção de presídios. No entanto eu nunca li na vida uma defesa tão esdrúxula e sem sentido.
Vejam o título na primeira página: Presos não foram agredidos e torturados em Lavras, apenas medidas disciplinares aplicadas na forma da lei. – É preciso esclarecer. Eu não sabia nada sobre o assunto. O jornal estava me informando, o que é do seu dever. Intrínseco. Mas o que ele deveria ter feito é informado que houvera denúncias de agressões e torturas na cadeia de Lavras e que as apurações preliminares não tinham ainda sido confirmadas. Mas não, ele vai daí pra frente desqualificando as denuncias (feitas entre outras, por uma “suposta” namorada). A seguir informa que houve mudanças na direção do Presídio de Lavras e que o novo diretor está fazendo valer as normas gerais de ações no presídio e o que aconteceu na última semana foi a colocação dessas normas em vigor, o que não era feito pela direção anterior.(aqui, uma baita acusação – o antigo diretor não seguia as normas em vigor). A reportagem esclarece que ouviu as denúncias e foi averiguar e que um agente penitenciário esclareceu os fatos e ainda avisou que é possível haver uma rebelião no Presídio. (Mas o jornal não esclareceu os fatos). Continua informando que frente as denúncias autoridades competentes já abriram procedimentos administrativos para averiguar (corretíssimo) só que o jornal já afirma, antes do resultado dos Procedimentos administrativos que o que houve foram mudanças com a imposição de normas disciplinares dentro das normas e à luz da legislação civil e criminal vigente. Mas que normas são essas, pergunto eu, leitora curiosa e aflita? A autoridade máxima do Poder Judiciário também foi ouvida e afirma que aparentemente não houve arbitrariedade na ação dos agentes policiais, que prisioneiros foram transferidos por causa da superlotação e que celulares foram recolhidos porque não são permitidos. Até aí tudo bem.
“É aqui que começa a defesa para a construção de um novo presídio estadual em Lavras (UPE) e razão desse artigo, que é apresentar aos meus leitores a pérola publicada pelo jornal:” Muita gente que está criticando essa medida (a construção do novo Presídio) deverá pensar e lembrar que amanhã poderá estar necessitando de uma vaga no Presídio, por isso é que deve-se ter em mente que quanto melhor e mais amplo, será o conforto”.
Eu não sei se fiquei indignada com esse parágrafo ou se penalizada. Não sabia se ria ou chorava. Porque eu, que não acho nada demais construir um Presídio na cidade, acho uma afronta dizer que o Presídio deve ser construído para garantir nossa necessidade futura. Ei, você aí que é contra, é melhor pensar bem. E se for você que for para a cadeia? E o seu filho, seu irmão, sobrinho ou marido. Deve querer amplitude e conforto, você não acha que merece?
É muita baboseira para se escrever no jornal . Se eu estivesse pensando em ir parar na cadeia iria era preferir que cadeia não houvesse. O jornal quase acabou me convencendo a ser contra a construção de um novo Presídio. Aqui vale a máxima: quem não sabe o que falar ou como falar que fique com a boca fechada. Porque em boca fechada não entra mosquito.
13 de março de 2010
mosquito não entra.
Jornais em Lavras estão se posicionando contra ou a favor da construção de um novo presídio na cidade, procurando influenciar a população.
Tenho opinião própria a respeito e se vou enunciá-la é apenas para que compreendam a minha posição frente ao tema principal desse artigo, que logo ficará claro.
A minha opinião é filosófica, não política.
Por que filosófica? Explicando: vivemos em sociedade. A vida em sociedade fez com que fosse necessário estabelecer regras de boa convivência. Algumas dessas regras são morais, ou seja, baseadas nos costumes. Para essas regras não precisamos de leis escritas. Mas alguns homens desrespeitam os direitos básicos dos outros. Para isso foram estabelecidas leis que, não cumpridas, geram penalidades. As pessoas que burlam essas leis de convivência são criminosas e são punidas com a falta de liberdade: a exclusão do meio social. Eles necessitam ficar presos, isolados do convívio social. Para ver se aprendem alguma coisa, o que é duvidoso. É para isso que existem os presídios, cadeias, ou penitenciárias, para segregá-los. Não vamos tampar o sol com a peneira – criminosos estão aí por toda parte, em cidades grandes ou pequenas. Se existem criminosos é necessário que existam locais para abrigá-los. Ora, onde vamos colocar os nossos criminosos se não tivermos lugar adequado para colocá-los? Deixá-los soltos? Já não bastam os que a lei não consegue alcançar? Então está bem claro – nada tenho contra a construção de presídios em qualquer lugar que se decida construí-los desde que sejam preservadas as condições de segurança dos cidadãos livres.
Esse esclarecimento é para explicar o teor do meu artigo – estou com um dos três jornais lavrenses aqui do meu lado. Exatamente um jornal que, como eu, não é contra a construção de presídios. No entanto eu nunca li na vida uma defesa tão esdrúxula e sem sentido.
Vejam o título na primeira página: Presos não foram agredidos e torturados em Lavras, apenas medidas disciplinares aplicadas na forma da lei. – É preciso esclarecer. Eu não sabia nada sobre o assunto. O jornal estava me informando, o que é do seu dever. Intrínseco. Mas o que ele deveria ter feito é informado que houvera denúncias de agressões e torturas na cadeia de Lavras e que as apurações preliminares não tinham ainda sido confirmadas. Mas não, ele vai daí pra frente desqualificando as denuncias (feitas entre outras, por uma “suposta” namorada). A seguir informa que houve mudanças na direção do Presídio de Lavras e que o novo diretor está fazendo valer as normas gerais de ações no presídio e o que aconteceu na última semana foi a colocação dessas normas em vigor, o que não era feito pela direção anterior.(aqui, uma baita acusação – o antigo diretor não seguia as normas em vigor). A reportagem esclarece que ouviu as denúncias e foi averiguar e que um agente penitenciário esclareceu os fatos e ainda avisou que é possível haver uma rebelião no Presídio. (Mas o jornal não esclareceu os fatos). Continua informando que frente as denúncias autoridades competentes já abriram procedimentos administrativos para averiguar (corretíssimo) só que o jornal já afirma, antes do resultado dos Procedimentos administrativos que o que houve foram mudanças com a imposição de normas disciplinares dentro das normas e à luz da legislação civil e criminal vigente. Mas que normas são essas, pergunto eu, leitora curiosa e aflita? A autoridade máxima do Poder Judiciário também foi ouvida e afirma que aparentemente não houve arbitrariedade na ação dos agentes policiais, que prisioneiros foram transferidos por causa da superlotação e que celulares foram recolhidos porque não são permitidos. Até aí tudo bem.
“É aqui que começa a defesa para a construção de um novo presídio estadual em Lavras (UPE) e razão desse artigo, que é apresentar aos meus leitores a pérola publicada pelo jornal:” Muita gente que está criticando essa medida (a construção do novo Presídio) deverá pensar e lembrar que amanhã poderá estar necessitando de uma vaga no Presídio, por isso é que deve-se ter em mente que quanto melhor e mais amplo, será o conforto”.
Eu não sei se fiquei indignada com esse parágrafo ou se penalizada. Não sabia se ria ou chorava. Porque eu, que não acho nada demais construir um Presídio na cidade, acho uma afronta dizer que o Presídio deve ser construído para garantir nossa necessidade futura. Ei, você aí que é contra, é melhor pensar bem. E se for você que for para a cadeia? E o seu filho, seu irmão, sobrinho ou marido. Deve querer amplitude e conforto, você não acha que merece?
É muita baboseira para se escrever no jornal . Se eu estivesse pensando em ir parar na cadeia iria era preferir que cadeia não houvesse. O jornal quase acabou me convencendo a ser contra a construção de um novo Presídio. Aqui vale a máxima: quem não sabe o que falar ou como falar que fique com a boca fechada. Porque em boca fechada não entra mosquito.
13 de março de 2010