SENTINDO-SE CARMEN






Acordou diferente. Levantou. Abriu a janela e viu que havia paz no mundo.  Pensou  com amor,  desejou a este Mundo o seu melhor bom dia  e então, feito o poetinha se deu conta  de que Hoje é sábado, amanhã é domingo e que o amanhã não gosta de ver ninguém bem e se o dia é sábado e ela estava  se sentindo Carmen tinha mais que ir dançar na praça . Procurou o seu pandeiro enfeitado com fitas, entre suas tralhas, retirou do  jarro sobre a mesa uma flor vermelha, pôs no cabelo, meteu-se num vestido rodado, passou a tranca na porta da casa e dentro  dela deixou uma pia com a  louça suja do jantar da noite passada, um tanque cheio de roupas pra lavar, outras tantas pra passar, um almoço por fazer, umas meias pra remendar, uns botões pra pregar, umas contas pra pagar, só não deixou ele estirado na cama , pois do bandido não sabia nem noticias desde o  sábado passado. Saiu faceira, batendo o seu pandeiro, cantarolando..  O amor é um pássaro rebelde / que ninguém pode submeter/ e é em vão que a gente o chama / se lhe convém recusar-se /Nada ajuda, ameaça ou súplica / Um  fala bem, o outro se cala / e é o outro que eu prefiro / ele nada diz, mas me agrada / O amor! O amor!



 
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Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 13/03/2010
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