PASSAS AO RUM …

 

      Podem usar todos os argumentos disponíveis e imagináveis que não vão me impressionar . Aliás, é praticamente impossível tentarem me convencer.

        Já experimentei inúmeros sabores, desde frutas exóticas da Amazônia, passando pelas do Mato Grosso e até das uvas gaúchas. Mas não teve jeito.

        O meu preferido , aliás o que mais me entusiasma e deixa simplesmente alucinado é o sorvete de passas ao rum. Não tem outro sabor melhor !

         Passas ao rum é simplesmente fantástico ! Quero entretanto deixar bem claro, aliás me sinto na enorme obrigação de deixar bem claro que , como doçólatra e sorvetólatra assumido, aceito provar qualquer tipo de sorvete, até mesmo uma mistura muito gostosa que experimentei certa vez e que foi de manga espada com tangerina.

         Tudo bem, estava uma delicia mas o meu passas ao rum, como sorvete diferenciado, ainda assim é meu preferido.

          Numa noite dessas fomos jantar numa churrascaria onde as grandes atrações eram costela de boi assada e enormes taças de sorvete de sabores variados, temperados com deliciosas caldas de caramelo de variadas cores.

         Não vou falar da costela agora, que por sinal estava maravilhosa, mas quero me deter com todo cuidado e atenção ao descrever o que era e como era servida a tal taça gigante de sorvete. De fato era gigantesca, calculo que ali coubessem uns dois litros .

        O detalhe interessante é que a taça ficava no meio da mesa e eram distribuídos potezinhos bem menores para cada um dos presentes, que se serviam e acrescentavam as mais variadas caldas e outros acompanhamentos tipo, chiclete de bola, bala de goma, minúsculos bombons , cerejas, ameixas , castanhas , enfim, uma verdadeira festa.

          Na taçona, por votação unanime, estavam os sabores esquisitos de graviola, pistache, açaí e um outro de uma fruta nordestina que agora nem me lembro o nome. Quando timidamente perguntei se naquela taçona não poderia ser acrescentada pelo menos umas três bolas de passas ao rum, praticamente fui vaiado e criticado pela minha falta de imaginação.

         Com aquela mistura de cores, ainda com a costela de boi em processo de digestão e umas latinhas de coca cola contribuindo, foi difícil identificar o quê era o quê naquela mistura toda e sinceramente eu acompanhei os demais por dois motivos : primeiro porque sou sorvetólatra e segundo porque, bem, para me consolar com a ausência do meu predileto passas ao rum qualquer sorvete era tolerável , até mesmo  aquele casamento de graviola com acaí.

           Ainda vou aprender a fazer esse delicioso sorvete aqui na minha casa e imagino que não deva ser nada difícil. Sei que sorvetes levam um creme especifico, as passas claro e, fazendo da minha própria receita posso acrescentar a quantidade de rum que bem entender.

           Talvez até para criar uma nova modalidade, descobrir um novo sabor, desses que simplesmente são arrebatadores e estonteantes, é possível que na minha receita eu adicione umas pitadinhas de canela, um cálice de uísque e uma rodelinha de limão.

            Certamente vou caprichar no rum e para não ser envolvido por uma elevada dose de teor alcoólico , talvez eu complete a mágica receita com meia lata de coca cola diet.

             Não sei exatamente explicar o motivo da coca cola ser diet , mas como no meu sorvete vai ter tudo que possa comprometer o colesterol, é bom não facilitar.

            Preciso verificar num desses livros de receita mais populares se essa mistura toda tem que ser batida num liquidificador. Deve ser porque senão vai dar muito trabalho pra misturar tudo. É claro que depois da massa batida, de ter adicionado as passas e uma rodelinha de limão, talvez acrescente só uma minúscula colherinha de cachaça, daquela que um amigo querido me deu de presente e que veio lá das minhas Minas Gerais.

            Tenho certeza de que no livrinho popular de receitas deve vir uma instrução sobre o tempo necessário para minha mistura permanecer no congelador. Em caso de   dúvida,   de vez em quando vou abrir a porta do freezer e passar o dedo na forma.  Não será difícil perceber se o meu passas ao rum caseiro já estará no ponto.

             De qualquer forma, para que não haja nenhuma surpresa, pelo menos se meu sorvete quando ficar pronto não lembrar o da Kibon, ao menos terei feito uma magnifica caipirinha gelada, enriquecida de uma generosa dose de um sorvete amarelo, recheado com algumas passas para tirar o gosto do elevado teor alcoólico.

              Ah, antes que me esqueça, só vou experimentar a receita no dia que a patroa não estiver em casa......



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(....imagens google....)

WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 12/03/2010
Reeditado em 26/02/2013
Código do texto: T2134832
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